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Delegado à mesa de voto consulta a lista de eleitores para a Câmara Municipal do Porto, 12 de outubro de 2025. Decorrem este domingo as eleições autárquicas em Portugal onde mais de 9,3 milhões de eleitores podem votar. Os eleitores vão escolher os órgãos dirigentes das 308 Câmaras Municipais, 308 Assembleias Municipais e 3.221 Assembleias de Freguesia, pelo que há três boletins de voto. MANUEL FERNANDO ARAÚJO/LUSA
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Fragmentos de um Diário – 14 Agosto 1984

 Fragmentos de um Diário – 14 Agosto 1984
13.05.23
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De Marrocos ficou-nos a paisagem humana e os cheiros das especiarias das medinas por onde gostávamos de caminhar. Mesquitas, só entrámos em duas. A nossa preferência era sentarmo-nos nas esplanadas a olhar o movimento da vida árabe.
Finalmente na Costa da Caparica, descansámos, como quem regressa de uma guerra. Fomos diretamente para o apartamento da Fátima tomar banho, despir a armadura do pó dos caminhos. E só no dia seguinte, depois do pequeno almoço, fomos ao encontro dos pais da Fátima.
O mar, a praia, a linha do horizonte marítimo ali em frente das janelas do nosso quarto e da sala, num quinto andar de um prédio da Costa da Caparica. Como se num barco navegássemos. Ah! O mar da minha infância, de uma cidade à beira-mar plantada, como cantava um poeta acerca do país, e para sempre abandonada porque à infância não se regressa, e a uma cidade cujo nome delapidaram, também não.
De olhar o mar não me cansava. E do corpo do meu amor, de um moreno já modelado por umas poucas de horas de praia, também não me cansava de o olhar e de o moldar ao meu.
Parte das manhãs e das tardes eram dedicadas à família, na praia, nas refeições, em alguns afazeres comuns. Mas não me queixava. Eu tinha uma predileção pelo mar, esquecia-me dentro de água, a brincar, a nadar, a tentar dominar uma prancha de surf e a jogar à bola. A Fátima vinha por vezes ter comigo, mas obrigava-se a não abandonar por muito tempo os pais, que apenas vinham banhar os pés, as pernas, preferiam sentar-se na toalha. O pai, ao fim de dois dias, deixou mesmo de nos acompanhar, ficava-se pelas esplanadas a beber, a fumar e a ler o jornal desportivo.
Mas depois vínhamos para o nosso apartamento.
O que eu mais gostava logo ao entrar era despirmo-nos e deitarmo-nos na cama, com o largo horizonte do mar à nossa vista, a encher-nos de plenitude a alma e os sentidos. Mas a Fátima dizia quase sempre que a Costa da Caparica não a convencia como pátria do nosso futuro. Avançava mesmo com a hipótese de vender mais tarde o apartamento. Eu pedia-lhe que não, que o deixemos para férias.

 Fragmentos de um Diário – 14 Agosto 1984

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