No coração do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, há…
Reza a lenda que foi um árabe, há mais de mil anos,…
Seguimos caminho por Guimarães, berço de Portugal e guardiã de memórias antigas….
A Fátima explicou que para Novalis a pátria do homem é o mundo interior, que é um mundo indescritível. Não que ele recuse o mundo exterior. A investigação do exterior ajuda o espírito do homem a descobrir-se a si mesmo. Pois há um vínculo entre o exterior e o interior. Penetrar no âmago da natureza é penetrar no espírito. Conhecer é sempre regressar a si mesmo; o que pressupõe a unidade da alma como mundo. O esforço do eu empírico é despertar do seu sono o poder obscuro da alma para nascer como eu transcendental, um eu insubmisso ao primário, ao medíocre. A vitória do espírito é a vitória das forças misteriosas, e o mundo acabará por ser transformado pelo espírito, assim como o próprio destino do homem.
Depois de escutar a Fátima a esclarecer este aspeto da visão de Novalis, perguntei onde aprendera ela aquilo tudo. Ela riu-se, e acho que corou, mas não tenho a certeza dado encontrarmo-nos um tanto à meia luz.
De Novalis ainda falou um pouco mais, alargou-se mesmo a outros autores do romantismo alemão. Ela disse que era o período que mais lhe interessava. Que se não me conhecesse, julgaria impossível que aquelas ideias ainda pudessem ressoar como verdadeiras no mundo atual.
Depois, sorriu e acrescentou que estávamos prontos para a viagem. Que finalmente tínhamos a bagagem suficiente para partirmos para a floresta, só nós os dois. Iríamos para o campo, talvez para a serra da Lousã, eu daria aulas numa vila com liceu, ela dedicar-se-ia a uma horta e a explicações de alemão.
Falta pouco, disse ainda, pois tem duplicado o esforço de poupança, talvez cinco anos sejam o suficiente. E começaremos a viver o nosso sonho, a de envelhecer juntos, apesar de termos ainda muita juventude a viver até lá. Ela fez vinte e sete anos, eu vinte e cinco. Desta vez, pouco falei, admirado pelas palavras dela. Aconchegado ao seu lado, ambos sem roupa, sem adereços, sem preconceitos, limpos de coração e trespassados de infinito, demos um ao outro através do corpo e dos seus sentidos todo o magnetismo que nos atraía. Não era apenas sexo, era amor, não era apenas sedução, era o absoluto que em nós se radicava.
Era a quinta noite. A noite do idealismo mágico de Novalis.
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
João Ferreira da Cruz
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Clara Gomes, pediatra no Hospital CUF Viseu
por
Ricardo Almeida Henriques