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Mafalda Almeida, porta-voz da GNR
Os militares que morreram na queda de um helicóptero no rio Douro, no concelho de Lamego, terão agora as devidas honras fúnebres, afirmou hoje a porta-voz da GNR, depois de encontrado o quinto e último corpo das vítimas.
“O desfecho não era o esperado, mas acho que foi o melhor que se conseguiu, com todos os meios que tínhamos à nossa disponibilidade, foi que o rio devolvesse, no fundo, o conforto às nossas famílias, à família da Guarda também, e temos os cinco militares connosco para, agora, conseguirmos prestar as devidas cerimónias e honras fúnebres que merecem e que nós teremos todo o respeito em lhes atribuir”, disse aos jornalistas a tenente-coronel Mafalda Almeida.
Esta tarde foi encontrado no rio Douro, na zona onde a aeronave caiu ao rio, o corpo do quinto militar da GNR, com 29 anos, que foi vítima do acidente.
Na sexta-feira já tinham sido localizados, na mesma zona, os corpos dos quatro militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPC) que seguiam no helicóptero que caiu ao rio Douro.
O piloto da aeronave sofreu ferimentos, foi resgatado por uma embarcação de recreio e hospitalizado.
“Temos os cinco militares localizados, resgatados, infelizmente são cinco vítimas mortais. É pesado. Neste momento, o que estará para a frente é prestar-lhes a devida homenagem”, salientou Mafalda Almeida, que falava no posto de comando das operações, no cais de Lamego.
Os militares que perderam a vida neste acidente tinham entre os 29 e os 45 anos, três eram naturais de Lamego, um de Moimenta da Beira e outro de Castro Daire, no distrito de Viseu.
Esta equipa da UEPS atuava a partir do Centro de Meios Aéreos (CMA) de Armamar e regressava à base depois de mobilizada para um incêndio em Baião.
A porta-voz da GNR apontou ainda a necessidade de garantir que as famílias das vítimas continuam a ser acompanhadas.
Os corpos foram transportados para o Instituto de Medicina Legal.
“Estão a ser feitas as diligências o mais rapidamente possível para que os militares sejam devolvidos à família e se possam celebrar as cerimónias fúnebres o quanto antes. Cada um terá a sua cerimónia consoante o desejo da família”, referiu a responsável.
Os meios de socorro estão a ser desmobilizados do local, mas no rio vão continuar os trabalhos de retirada dos destroços por parte da Autoridade Marítima, necessários para a recolha de indícios e a normalização da navegabilidade do Douro, onde circulam diariamente muitas embarcações turísticas.
As causas do acidente ainda não são conhecidas. Hoje, a Polícia Marítima recolheu o depoimento do piloto, que tem 44 anos e é natural de Vila Real.
O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários está a investigar o acidente.
Os trabalhos no rio Douro vão prosseguir para recuperar duas peças importantes para investigação das causas da queda do helicóptero sexta-feira em Samodães, após ser localizado o corpo da última vitima mortal e concluídas as buscas, segundo o comandante da operação.
“Estamos a proceder à retração da maior parte do dispositivo, todavia existem ainda, em termos forenses, a necessidade de localizar dois importantes componentes do helicóptero, que são cruciais para a investigação dos acidentes aéreos e que são o rotor da cauda e um computador que serve de navegação para o dispositivo”, disse Rui Silva Lampreia, comandante regional da Polícia Marítima do Norte.
O responsável acrescentou que as “peças são fundamentais” e “daí a importância de os localizar, recuperá-los e disponibilizá-los ao Gabinete de Prevenção de Incidentes com Aeronaves para que se consiga ter o máximo de elementos disponíveis para tirarem as melhores conclusões sobre as causas que levaram à queda da aeronave”.
Hoje irá ser montada a estratégia e, no domingo, serão retomados trabalhos de recuperação dos componentes, que estarão a cargo dos mergulhadores forenses da Polícia Marítima e de corporações de bombeiros.
Na sexta-feira, já tinham sido localizados os corpos de quatro militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPC) que seguiam no helicóptero que caiu ao rio Douro.
O piloto da aeronave sofreu ferimentos, foi resgatado por uma embarcação de recreio e hospitalizado.
Silva Lampreia referiu que a aeronave “ficou bastante destruída” e que existem vários destroços espalhados pela área primária da investigação.
São, no entanto, peças de pequena dimensão que podem ser facilmente retiradas pelas equipas e mergulhadores, pelo que não vai ser necessário acionar a embarcação com grua que esta manhã tirou o maior destroço do rio, referiu.
Entretanto, segundo Silva Lampreia, a navegação turística foi reaberta de forma controlada, sendo já possível movimentar os navios hotéis.
Durante dois dias foi montada uma grande operação, que envolveu cerca de 200 operacionais.
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, endereçou hoje condolências às famílias das vítimas mortais do acidente de helicóptero no Rio Douro, na região de Lamego.
Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita ao Hospital Garcia de Orta, em Almada, Paulo Raimundo assinalou como “justo e legítimo este sentimento de tristeza nacional”.
“Uma palavra de condolências para as famílias das vítimas daquele trágico acidente, para os trabalhadores, a palavra de solidariedade, condolências às famílias, também à GNR, daqueles trabalhadores que depois de um dia de trabalho, de um dia de combate aos incêndios, se confrontaram com aquele acidente, com aquele trágico acidente”, lamentou o secretário-geral do PCP.
Raimundo dirigiu também um agradecimento a todos os que estão a participar nas operações de salvamento do militar ainda desaparecido.
“Uma palavra também para os profissionais das equipas de salvamento, das equipas de socorro, que fizeram um esforço muito grande ontem, que vão fazer um esforço ainda durante as últimas horas, para tentar pôr fim a um ciclo muito complexo”, afirmou o líder do PCP.
O helicóptero de combate a incêndios florestais caiu no rio Douro na sexta-feira, próximo da localidade de Samodães, Lamego, transportando um piloto e uma equipa de cinco militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPC) que regressavam de um fogo no concelho de Baião.
O piloto da aeronave foi resgatado com vida, apenas com ferimentos ligeiros.
Ainda na sexta-feira foram localizados os corpos de quatro militares da GNR. O quinto foi localizado no sábado à tarde, depois de intensas buscas no local.
As causas do acidente ainda não são conhecidas.
O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), organismo do Estado Português, tem uma equipa no terreno e que está a investigar o acidente.