Halloween: a tradição britânica que conquistou Portugal e mexe com Viseu

O Halloween, ou em bom português, Dia das Bruxas, celebra-se todos os anos na noite de 31 de outubro, véspera do feriado de Dia de Todos os Santos. Apesar de a data ser mais celebrada nos Estados Unidos, a tradição teve origem no festival celta de Samhain, que era celebrado nas ilhas britânicas. Na altura, os pagãos honravam os deuses e lembravam os mortos, com a crença de que nessa noite existia uma ligação entre o mundo real e o espiritual. 

A tradição espalhou-se por várias religiões e culturas, com cada país a comemorar a data de forma diferente, de acordo com as influências culturais e tradições próprias de cada local. 

Em Portugal, a tradição não é tão enraizada como noutras regiões, mas tem vindo a ganhar popularidade ao longo dos últimos anos. Atualmente, crianças e adultos fantasiam-se, preferencialmente em tons pretos, para bater de porta em porta à procura de “doçuras ou travessuras”. Se por um lado a tradição do Dia das Bruxas tem ganho peso no país, a tradição “Pão por Deus”, celebrada a 1 de novembro tem perdido dimensão. Antigamente, no Dia de Todos os Santos, as crianças saiam à rua durante o dia para pedir pão, broas ou frutos secos. 

Em Viseu, a noite mais assombrada do ano será celebrada no “The Day After”, com Luciana Abreu. No Palácio do Gelo, a programação “Um susto de Halloween” promete diversão para todas as idades, com pinturas faciais alusivas ao tema.

A associação Fora do Rebanho também celebra a data com uma festa no centro comercial Académico, apresentando a banda Carmo’81 e um DJ set de Ophelia’s Ghost. 

Nos Estados Unidos, o Halloween transformou-se num dos dias mais importantes do ano, marcado por casas e ruas decoradas a rigor, com abóboras iluminadas. Por muitos anos, a data era associada a enganar ou pregar partidas às pessoas, transformando-se rapidamente em atos de vandalismo, obrigando muitas cidades a proibir o feriado devido ao nível de destruição. Nos anos 30 e 40 voltou a ganhar popularidade com a adoção da tradicional oferta de doces às crianças. 

No México, o Halloween dá lugar a uma comemoração tradicional: o “Dia de los Muertos”, celebrado de 31 de outubro a 2 de novembro. Diferente da tradição da doçura ou travessura, a data representa uma homenagem aos mortos, acreditando-se que os falecidos voltam ao mundo dos vivos para festejar com os familiares. A tradição é assinalada com a criação de altares com ofertas de flores, velas e fotos, transformando-se numa festa animada e de celebração à vida daqueles que já partiram.

Em Espanha, a celebração do Dia das Bruxas segue o mesmo modelo de Portugal. Apesar de celebrado, a Castanyada é a tradição mais levada a sério nesta altura. No Dia de Todos os Santos, a Castanyada, especialmente na Catalunha, marca a chegada do outono e do tempo frio, juntando familiares e amigos para comerem castanhas. 

Na Irlanda, a celebração é marcada por festas e fogueiras em referência ao antigo festival celta de Samhain. Entre os costumes mais tradicionais está o barmbrack, um pão de frutas no qual são escondidos pequenos objetos que preveem o futuro. A época é aproveitada para um “turismo assustador”, com visitas ao Historic Gaol de Wicklow, uma prisão histórica transformada num museu, onde é possível realizar passeios noturnos. 

No Japão, o Halloween começou a ganhar popularidade nos últimos anos, principalmente em Tokyo e Osaka. Diferente dos países ocidentais, a data é celebrada sobretudo por adultos que se fantasiam e organizam festas temáticas. 

O termo Halloween deriva de “All Hallows’ Eve”, em português, “véspera do Dia de Todos os Santos”. Cada país adaptou a data de acordo com suas tradições, misturando antigas crenças com influências modernas.