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Em dia de greve dos motoristas, os autocarros C1 e C2 do MUV, o sistema de transportes públicos de Viseu, estiveram parados. A adesão foi de 100 por cento, o mesmo acontecendo em outras linhas que tiveram de ser suprimidas. A maior adesão registou-se no período da manhã desta segunda-feira (22 de novembro).
Pelo menos, cerca de 80 por cento dos motoristas de autocarros da região aderiram à greve para o setor dos transportes públicos, anunciou o Sindicato dos Transporte Rodoviários Urbanos de Portugal. “Há dois ou três autocarros do MUV a funcionar, é uma coisa mínima”, afirmou o sindicalista Jorge Rodrigues.
Ainda assim, para quem teve de viajar para Coimbra, Aveiro, Porto ou Braga, os incómodos não foram tão sentidos. A maioria dos horários foi cumprida. A União de Sátão e Aguiar da Beira garantiu que nenhum motorista da empresa fez greve. Também por parte da Transdev e da Marques verificou-se que os autocarros circularam. Mas ficou a promessa de que, a 2 de dezembro, há novo protesto.
Em causa está a reivindicação de aumentos salariais e do subsídio de refeição. Os motoristas também contestam a sobrecarga horária no trabalho.
Em declarações ao Jornal do Centro, Jorge Rodrigues defende que os motoristas só conseguem ter melhores salários “com a luta”. “Os salários estão reduzidos ao ordenado mínimo e os motoristas não concordam nem aceitam”, lembra o sindicalista.
Já segundo a Fectrans (Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações), os níveis de adesão à greve mantiveram-se estáveis, quando comparados com os das paralisações anteriores.
“Se numa empresa ou outra possa ter decrescido, os números foram compensados pelo aumento da adesão noutras empresas”, explicou José Manuel Oliveira. Assim, em Coimbra a adesão rondou os 60%, em Viseu os 90% e em Aveiro, onde as greves anteriores não tiveram uma adesão expressiva, há empresas com adesões superiores a 50%, detalhou o responsável.
Já Jorge Rodrigues admite que, no MUV, podem registar-se mais protestos por causa das queixas dos motoristas.
“Antevemos que, a nível do MUV, nós iremos ter mais protestos além dos dois dias marcados a nível nacional porque, além da luta por aumentos salariais e do subsídio de alimentação, há também outros problemas internos que os motoristas têm”, afirma.
Nesta greve, os sindicatos exigem o aumento do salário base do motorista para 750 euros e uma atualização do subsídio de refeição “nos mesmos termos percentuais” do aumento do salário do motorista e a redução do intervalo de descanso para o máximo de duas horas.
A greve, anunciada a 5 de novembro, foi também subscrita pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA) e o Sindicato Nacional dos Motoristas (SNM) e abrange todos os trabalhadores das empresas privadas do setor rodoviário de passageiros, associadas na ANTROP, e das da Transdev, onde se aplica o Contrato Coletivo de Trabalho Vertical (CCTV).
A Fectrans e o SITRA defenderam que as propostas dos patrões estão “muito distantes” das apresentadas pelos sindicatos, traduzindo-se “numa atualização de 0,33 euros por dia, que nem dá para beber mais um café”.
Os sindicatos reiteraram estar disponíveis para negociar propostas que permitam um acordo de valorização dos salários.
“São reivindicações que uniram os trabalhadores nas greves passadas e que continuam a ser razões para manter e ampliar a unidade na ação”, vincaram.
As principais empresas de transportes de passageiros na região de Viseu empregam um total de cerca de 250 funcionários.