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No Granjal o desafio é proteger as casas que estão a poucos metros das chamas que estão a cercar a aldeia de Sernancelhe. Os soutos (castanheiros) já arderam.
No local, têm estado alguns populares com tudo o que têm para travar o incêndio que dizem ser “muito violento”, enquanto os bombeiros não chegavam. Ramos de árvores batiam nas chamas, carrinhas com bidões de águas iam sendo despejados, enxadas… tudo valeu para evitar que o fogo não avançasse.
Mas, continua o braço de ferro entre o humano e a natureza.
Por vlta da hora do almoço, os populares pediam a ajuda dos bombeiros que, não eram vistos, mas estavam lá. “Os bombeiros estão acima da linha de fogo…. Ao pé da capela do Granjal. Estão lá posicionados e chegou mais um reforço. Não são é visíveis e a população não tem de os ver porque aquilo ali é muito perigoso”, contava ao Jornal do Centro Jody Rato, segundo comandante do Comando Regional do Centro da Proteção Civil.
Declarações feitas numa altura em que a situação estava a tornar-se mais complicada nas frentes que os meios no terreno queriam ter “controlado” durante a manhã, mas não conseguiram.
“Aconteceu aquilo que estivemos toda a manhã a tentar que não acontecesse e que era resolver as duas frentes que estavam ativas. Não conseguimos e temos algum agravamento da situação. Temos a frente de Sernancelhe, que continua ativa e em direção ao Granjal, e a de Sátão/Aguiar da Beira que se desdobrou em mais duas frentes”, descreveu o responsável.
Segundo Jody Rato, os meios estão a ser reforçados coma chegada de mais equipas de combate de outras zonas do país ao teatro de operações e os meios estão a ser movimentados. No terreno estão quase 500 operacionais com o comandante a lembrar que os meios aéreos só podem tatuar quando há condições e a visibilidade nem sempre ajuda às operações.
Já o presidente da Câmara de Aguiar da Beira, Virgílio Cunha, disse que se vivem duas situações “muito críticas” em Gradiz e Granjal, antevendo uma tarde “muito difícil” devido às condições climatéricas e à propagação do fogo.
“Neste momento, temos duas situações muito críticas em Gradiz [Aguiar da Beira] e em Granjal [Sernancelhe]. A situação é muito complicada. Já pedimos reforços e mais meios aéreos”, afirmou Virgílio Cunha à agência Lusa.
O autarca, que pelas 13h20 estava no terreno, explicou que a situação é “muito crítica” e que os meios aéreos fizeram “uma ou duas descargas intermitentes”.
“Se não houver uma continuidade [de descargas pelos meios aéreos] a situação torna-se mais complicada”, anteviu.
Para já, Virgílio Cunha não quis adiantar pormenores sobre a área já ardida no concelho devido ao incêndio que começou no sábado em Trancoso e se alastrou depois ao concelho de Aguiar da Beira, também no distrito da Guarda, ou se houve casas de primeira habitação afetadas pelo fogo.
“Não posso avançar com esses dados ou com dados sobre os prejuízos ocorridos. Estamos neste momento focados no combate às chamas e a tentar circunscrever o incêndio”, realçou.
O presidente da Câmara de Aguiar da Beira salientou ainda que, a avaliar pelas condições climatéricas que se fazem sentir no terreno e pela propagação do fogo, “prevê-se uma tarde muito difícil”.
Além deste incêndio que começou no município de Trancoso, o concelho de Aguiar da Beira está também a ser afetado pelo fogo que chegou através de Sátão (Viseu), que deflagrou na madrugada de quarta-feira.
O EFFIS, que se baseia em imagens de satélite do programa europeu Copernicus, precisa que a área ardida do incêndio que começou em Trancoso e alastrou para os concelhos de Fornos de Algodres, Aguiar da Beira e Celorico da Beira totalizava na quarta-feira 13.741 hectares.
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) também já revelou que, desde 01 de janeiro, arderam em Portugal continental 63.247 hectares, metade dos quais nas últimas três semanas.
A área ardida este ano é nove vezes maior do que no mesmo período do ano passado e a segunda maior desde 2017.
Portugal está em situação de alerta devido ao risco de incêndio rural desde 02 de agosto e até ao final do dia de sexta-feira.