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30 de 06 de 2022, 09:30

Diário

Médicos: tutela não respondeu às carências dos centros de saúde, diz Ordem

Ordem dos Médicos do Centro diz que o novo mapa de colocação de médicos de família não atende às necessidades do Agrupamento de Centros de Saúde Dão Lafões. Esta quinta-feira, há uma vigília em Viseu

Pessoas a entrar dentro dos centros de Saúde

A Ordem dos Médicos do Centro diz que o novo mapa de colocação de médicos de família não atende às necessidades do Agrupamento de Centros de Saúde Dão Lafões. O alerta foi deixado no dia em que decorre uma vigília no Rossio, em Viseu, em protesto contra a falta de profissionais na região.

Só na zona abrangida pelo ACES, há cerca de 12 mil utentes sem médico de família, dos quais 10 mil só na cidade de Viseu.

Em declarações ao Jornal do Centro, o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, lamenta que, em Viseu, não haja nenhuma vaga aberta no último concurso para a colocação de médicos e diz que este é o reflexo de “um problema grave para o Serviço Nacional de Saúde”.

“Há, sobretudo em Viseu, uma falta muito grande de médicos de família e nós sabemos que os utentes têm tendência a ir desnecessariamente para o serviço de urgência, criando uma pressão muito grande, mas porque não tem resposta nos cuidados de saúde primários”, adverte.

No último concurso para a colocação de novos médicos, só foram abertas três vagas para o ACES Dão Lafões. Carlos Cortes não poupa nas críticas ao Ministério da Saúde.

“O Ministério da Saúde não só não deu resposta a esta carência porque são vagas carenciadas onde há utentes que não têm médico de família, como dá três vagas para todo o ACES e nenhuma vai para Viseu. Isto não faz sentido nenhum”, lamenta.

O presidente da Ordem dos Médicos do Centro diz que há médicos que “tinham a intenção de ficar e continuar a trabalhar em Viseu, porque fizeram lá a sua especialidade, mas não lhes é dada a oportunidade de poderem continuar com o seu trabalho”.

O Rossio, em Viseu, recebe nesta noite de quinta-feira (30 de junho) uma vigília para sensibilizar a população e o Governo na necessidade de mais vagas para que todos os utentes tenham direito a um médico de família.

Em causa, está o número diminuto de vagas para colocação de novos especialistas em Medicina Geral e Familiar na zona Centro no novo concurso.