“Hoje é um dia muito especial na nossa escola”. A declaração do diretor da Escola Secundária Alves Martins, em Viseu, marcou o arranque oficial do novo ano letivo. Primeiro-ministro, ministro da Educação e até presidente da Assembleia da República estiveram presentes numa cerimónia em que se ficou a saber que o “liceu” de Viseu vai receber uma condecoração pelo Presidente da República que não conseguiu estar presente por motivo de doença, mas que deixou a promessa de voltar à escola.
As cerimónias oficiais decorreram no estabelecimento de ensino que está a celebrar 175 anos e que é uma referência no panorama nacional pelos muitos “20” dos alunos. “Vocês têm uma grande escola”, disse Marcelo Rebelo de Sousa no vídeo que foi divulgado durante a cerimónia.
Com todos os momentos devidamente organizados, a visita começou com a chegada de Luís Montenegro. À sua espera, alunos alinhados ao longo do pátio, alguns dos quais saudados pelo primeiro-ministro que ia perguntando se os jovens estavam preparados para o início de um novo ano escolar. Já no interior da escola, tempo para primeiro-ministro, presidente da Assembleia da República, presidente da Câmara de Viseu e diretor da escola descerrarem uma placa comemorativa dos 175 anos.
Depois de um momento musical pelos alunos do Conservatório de Música e de um vídeo sobre a história deste estabelecimento, o diretor da Escola abriu os discursos, falando de um dia especial e de uma escola de afetos. Já o presidente da Câmara de Viseu elogiou a iniciativa do governo de fazer uma abertura descentralizada. “Fizeram a escolha certa”, disse Fernando Ruas.
O que faz a diferença
João faz parte do grupo de 16 alunos surdos que estudou na Alves Martins. Ingressou na escola em 2016 e já está a terminar o mestrado em engenharia mecânica. Foi um dos testemunhos nesta abertura do ano letivo. “Estou muito feliz por não ter tido a necessidade de mudar de vida. Tive muito apoio nesta escola que é uma referência para alunos surdos”, descreveu em linguagem gestual, disciplina que faz parte do currículo pedagógico da Alves Martins. Carolina, que nasceu em Lisboa, decidiu também estudar em Viseu. “Disseram-me que seria a melhor escolha”, sustentou.
Ainda antes dos discursos oficiais pelos membros do governo, ficou a homenagem à Dona Delfina, a telefonista que há 41 anos acompanha os alunos e que chegou à escola tinha 23 anos.
Momentos que tornam o “dia especial” na AlvesMartins, um dos poucos liceus do país criados há 175 anos.
A manhã “letiva” terminou com almoço no refeitório da escola.
