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Número de utentes sem médico de família aumenta na região Dão-Lafões

A cobertura de médicos de família diminuiu em 2023, com mais de 21 mil utentes sem acompanhamento na região

Carolina Vicente
 Número de utentes sem médico de família aumenta na região Dão-Lafões
22.11.24
fotografia: Jornal do Centro
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 Número de utentes sem médico de família aumenta na região Dão-Lafões
28.11.24
Fotografia: Jornal do Centro
 Número de utentes sem médico de família aumenta na região Dão-Lafões

Os dados mais recentes do Portal da Transparência do SNS mostram um agravamento no número de utentes sem médico de família atribuído na região do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Dão-Lafões. Em dezembro de 2023, 7,6% dos utentes inscritos nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) da região encontravam-se sem médico de família, um aumento face aos 6,2% registados em janeiro de 2023.

Em termos absolutos, o número de utentes sem médico de família passou de 17.066 em janeiro de 2023 para 21.010 em dezembro de 2023, o que representa um acréscimo significativo. 

A cobertura de médicos de família no ACES Dão-Lafões tem vindo a diminuir. Em janeiro de 2023, 93,7% dos utentes tinham médico de família, mas esta percentagem caiu para 92,3% em dezembro de 2023. Apesar da redução parecer pequena, os números refletem dificuldades crescentes em manter a cobertura para todos os utentes inscritos.

Os dados destacam ainda que o número de utentes sem médico de família por opção é de 233 em dezembro de 2023.

A utilização de consultas médicas por parte dos utentes do ACES Dão-Lafões manteve-se relativamente elevada ao longo do último ano. Em dezembro de 2023, 72,7% dos utentes realizaram pelo menos uma consulta médica no último ano, um ligeiro aumento face aos 71,4% registados em janeiro de 2023.

No entanto, entre os utentes sem médico de família, a situação é mais crítica. Em janeiro de 2023, 55,5% dos utentes sem médico de família realizaram consultas médicas no último ano, valor que aumentou para 59,4% em dezembro de 2023, mas que continua abaixo da média geral.

Os números confirmam que o ACES Dão-Lafões enfrenta desafios na atribuição de médicos de família, com um aumento gradual do número de utentes sem acompanhamento médico regular. Embora a utilização de consultas médicas tenha registado uma ligeira melhoria, os utentes sem médico de família continuam a ter menor acesso aos cuidados de saúde.

A tendência de redução da cobertura de médicos de família e o aumento da população exigem um reforço da capacidade do sistema e a garantia de equidade no acesso aos cuidados de saúde na região.

ULS Viseu Dão Lafões assegura capacidade de inscrição de utentes

Utentes sem médico de família queixam-se do número reduzido de vagas. Esta quarta-feira, cerca de 15 pessoas esperavam por uma de quatro vagas disponíveis no serviço instalado junto ao edifício da Segurança Social. 

Ao Jornal do Centro foram reportadas outras queixas, nomeadamente de reencaminhamentos da Linha de Saúde 24. Num dos casos, uma utente contactou a linha, foi reencaminhada para um centro de saúde da cidade e, quando lá chegou, foi-lhe recusado o atendimento por não ter médico de família.

Há ainda o relato de um utente que não teve consulta na unidade atribuída aos doentes sem médico de família e quando ligou para a linha acabou reencaminhado exatamente para a mesma unidade onde o médico estava ausente devido à greve.

Questionada pelo Jornal do Centro, a Unidade Local de Saúde Viseu Dão Lafões esclareceu que “a consulta de apoio a contactos esporádicos e migrantes do concelho de Viseu é dirigida aos utentes que se encontram de passagem neste concelho” e que “é efetuada em horário extraordinário pelos profissionais das 8 Unidades de Saúde Familiar de Viseu”.

Quantos aos constrangimentos no acesso a médicos, a unidade de saúde disse que “atualmente existe um pré-aviso de greve às horas extraordinárias médicas”.

“Importa ainda referir que o atendimento dos utentes por motivo de doença aguda é assegurado na ULS pelas várias tipologias de resposta disponíveis”, acrescentou.

O hospital assegurou ainda que “para os utentes que reúnem os critérios para atribuição de médico de família, os centros de saúde têm, atualmente, capacidade para proceder à inscrição dos mesmos”.

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