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José Junqueiro
Tal como escrevi há duas semanas, o PS, agora, terá de continuar a privilegiar o poder local, fazer as melhores escolhas, apoiar os seus eleitos, dar-lhes prioridade e, acrescento, focar-se nas próximas autárquicas. Acontecerão em pouco mais de três meses e o resultado será decisivo para o seu futuro. É, atualmente, o partido com mais votos, mais eleitos, mais câmaras e freguesias. Detém as presidências da ANMP e da ANAFRE. Tem, portanto, uma implantação forte e estruturada no terreno em 10 concelhos.
De que modo as últimas legislativas poderão influenciar as próximas autárquicas, as que mobilizam mais candidatos e eleitores, as mais genuínas da nossa democracia? Não se sabe, ninguém sabe, muito menos as empresas de sondagens que chocaram de frente contra uma parede, como bem ilustram os seus últimos “inconseguimentos”. No entanto, uma coisa é certa, o PS tem pela frente um dos momentos mais desafiantes da sua história. Por isso mesmo, José Luís Carneiro, no seu discurso de candidatura, fez bem em recentrar o esforço de todos nestas eleições. Estão mesmo ao virar da esquina “como sói dizer-se”. O resto, para já, é ruído.
Há boas razões para confiar no trabalho de proximidade dos autarcas, da sua resposta direta aos anseios das populações, como também há expetativa nas variáveis de mudança. Eis algumas: a limitação de mandatos implica novas apostas personalizadas que podem ou não manter a dominante partidária; a saturação com os presidentes que se perpetuam décadas no poder sem perceberem que as pessoas em geral e os jovens em particular almejam novos desafios; o facto das políticas nacionais terem uma projeção própria nos territórios, inspirando e consubstanciando políticas locais afins que podem ou não ter sido objeto de resposta adequada, por exemplo: habitação, repovoamento dos centros urbanos e segurança, mobilidade, demografia, coesão territorial, saúde, educação, apoio e integração social, emprego e qualidade do emprego, empresas tecnológicas, transição energética, água ou ambiente.
Poderemos dizer que estas duas eleições são realidades diferentes, mas com pontos de contacto e, por isso mesmo, o último resultado das legislativas não será indiferente para o que aí poderá vir por ausência de combate político objetivo. Nem o PSD é o que era, nem o Chega derrotou o partido de Soares, Guterres, Sócrates ou Costa, porque nem tão pouco existia ou, neste último caso, existia pouco. Nem a emigração é resultado do 25 de Abril, porque ela resulta do Estado Novo, da ditadura, do isolamento (do “orgulhosamente sós”), do analfabetismo, da miséria, do medo e da guerra. Não há paralelo com os nossos dias, com os dias da liberdade, da democracia e da integração europeia. A factualidade histórica não pode ser reescrita.
No entanto, não tem sido este o debate preferido pelos protagonistas políticos. Deixaram-se envolver nos casos e casinhos, alimentam aqueles média que precisam do negativismo para sobreviverem ou aqueles que manifestam estados de alma e frustrações nas plataformas.
Nunca se encontraram para uma verdadeira “Reforma da Justiça”, reforço e prestigio dos seus profissionais, escrutínio e transparência da sua ação, salvaguarda do Estado de direito democrático, bem como dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos. A inclinação para a pequena política revela-se fatal sendo que as “Causas” foram substituídas pelo “põe as tuas barbas de molho enquanto as do vizinho estão a arder”.
Este é o terreno fértil para se tomar a parte pelo todo, para fazer proliferar a ideia de que em Portugal, um dos países mais elogiados no mundo (na segurança, na ciência, na cultura, nas artes, no desporto, entre outras virtudes que nos orgulham), o que existe é desordem, corrupção na política, na justiça, nas forças de segurança, na autoridade tributária, nos médicos, só para elencar as notícias das últimas semanas.
Dá jeito aos extremos confundir a árvore com a floresta quanto mais não seja para encobrir os próprios frutos podres que consigo vivem e convivem. Falei da matéria num artigo anterior: “Como começaram todas as ditaduras”. Fica a incerteza de saber o que verdadeiramente influenciará as eleições autárquicas. Apenas sei que escutar, interpretar e resolver os problemas reais da vida das pessoas é o único caminho rumo a um futuro venturoso e tranquilo.
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Cristofe Pedrinho
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Gabriel Mondina