040521155005aebdb949fb46d26473a5f634e2c7c4492a06f7ac
GNR Guarda Nacional Republicana - Jornal do Centro
GNR Viseu - Apreensão 27
WhatsApp Image 2025-05-28 at 115107
aluguer aluga-se casas
aluga-se

À procura de vistas de cortar a respiração? Situado na EM326, em…

30.05.25

Quer fazer parte de uma equipa com mais de 20 anos de…

29.05.25

No quarto episódio do Entre Portas, um podcast da Remax Dinâmica em…

28.05.25
vitor figeuiredo
josé antonio santos lamego ps
manuel-marques
rustica padaria viseu
arca
vinho_queijo_pao
Home » Notícias » Colunistas » O Infinito num junco

O Infinito num junco

 O Infinito num junco - Jornal do Centro
19.03.21
partilhar

Quem diria? Em 2019, uma obscura classicista espanhola, Irene Vallejo, vê o seu ensaio sobre a história do livro e da escrita na Antiguidade subir ao top de vendas nacional e, logo de seguida, serem-lhe atribuídos diversos prémios, entre os quais o Prémio Nacional de Literatura de Espanha. Como é que um tema tão pouco atraente nos tempos contemporâneos se torna o grande best-seller do primeiro período de confinamento no país vizinho e, ainda por cima, um êxito internacional?
É que a autora soube criar uma espécie de grande romance de aventuras e maravilhamento a partir de dois momentos especiais que definem duas importantes civilizações: o Egipto Helénico, que fez nascer esse brilhante farol, não isento de episódios menos recomendáveis, que foi a Biblioteca de Alexandria, e a Roma Antiga, onde floresceu uma cultura literária brilhante e dinâmica e de cuja obsessão pelos livros, da parte dos nobres patrícios, Séneca dizia dever mais à decoração do que à efectiva leitura.
Para a frente e para trás, o leitor acompanha a criação dos primeiros alfabetos, dos catálogos de bibliotecas, o comércio e as vicissitudes do papiro e o aparecimento do pergaminho como suporte da escrita, levantando o véu para o papel desempenhado nesta saga pelas eternas minorias: mulheres, escravos, analfabetos.
A escrita é clara e escorreita, por vezes talvez demasiado familiar, mas próxima do leitor, aliciando-o para uma viagem em companhia de Alexandre, o Grande e de Ptolomeu ou Cleópatra, de Homero e da tradição oral que a escrita permitiu fixar, de Sapho e de Séneca ou da mártir Hipatia, a primeira mulher matemática, massacrada por uma juba de cristãos.
Paz e violência, criatividade e comércio, conhecimento e vaidade, liberdade e censura entrelaçam-se nesta viagem encantatória que a autora, a espaços, também traz para o presente.
O infinito num junco, de Irene Vallejos (Bertrand, 2020), está à sua espera, leitor, em qualquer livraria ou biblioteca, que já podem ser visitadas com confiança.

 O Infinito num junco - Jornal do Centro

Jornal do Centro

pub
 O Infinito num junco - Jornal do Centro

Colunistas

Procurar