Pavilhão Multiusos Viseu 1
Pope Leo XIV elected as new pontiff
rio criz tondela poluição
arrendar casa
janela casa edifício fundo ambiental
Estate agent with potential buyers in front of residential house

Em tempos passados, não era o branco que marcava os casamentos, era…

05.05.25

A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…

05.05.25

Neste Dia da Mãe, o Jornal do Centro entrou em ação com…

04.05.25
rio criz tondela poluição
Tondela_CM_Manuel_Veiga 2
clemente alves candidato cdu lamego
Chefs Inês Beja e Diogo Rocha na ativação Academia dos Segredos Gastronómicos de Viseu Dão Lafões web
cm-penedono-turismo-patrimonio-arqueologico-Dolmen-da-Capela-de-Nossa-Senhora-do-Monte--Penela-da-Beira-
tintol e traçadinho
Home » Notícias » Colunistas » Ovo de Colombo

Ovo de Colombo

 Ovo de Colombo - Jornal do Centro
11.10.24
partilhar
 Ovo de Colombo - Jornal do Centro

por
José Junqueiro

O OE 2025 será entregue na AR no próximo dia 10. Finalmente, vamos conhecer o texto, as propostas, as mudanças conjunturais e as reformas estruturantes, se existirem, inseridas em cerca de 300 páginas, bem ao arrepio desta inusitada novela que nos tenta confinar a uma insuportável negociação sobre o IRS Jovem e o IRC como se os temas fossem o alfa e o ómega das nossas vidas. Não são. 

Relativamente ao primeiro, apesar das alterações introduzidas na negociação com o PS, há nos partidos e na sociedade portuguesa um grande consenso sobre a injustiça e insuficiência da medida por não garantir o seu fim último: convencer os jovens a escolherem Portugal para a construção do seu futuro. Acresce ainda, sob o ponto de vista financeiro, a crítica do próprio FMI considerando injustificada a decisão do Governo. Mas, afinal, quem é que apoia?

Emigrar por obrigação é uma opção negativa e um mau sinal, mas fazê-lo por opção é um direito de escolha. E os motivos são vários. Na geração Erasmus há quem queira ter experiências internacionais, construir currículo, ganhar novas competências, ter melhores salários ou simplesmente valorizar a sua mundividência. E com rendimentos mais elevados podem pagar os seus impostos num enquadramento social e fiscal mais justo e que os afasta do seu país.

Ovo de Colomboo que toca ao segundo, o IRC, é indispensável procurar um abrandamento significativo para que as empresas se sintam estimuladas no esforço que diariamente desenvolvem para produzirem valor acrescentado, criar empregos de qualidade, com melhores salários, e terem políticas sociais ativas. 

Podem e devem discutir-se todas as alternativas que conduzam a esse fim. Mas pergunta-se: tem que ser tudo horizontal, por igual? Não, não tem e nem deve. Há um conjunto mínimo de empresas e grupos que diariamente somam lucros superiores a 30 milhões de euros. Os Bancos, a EDP ou a Galp, ainda precisam mais benefícios fiscais? A grande distribuição, plasmada no paradigma do Pingo Doce ou do Continente, por exemplo, ainda precisam mais benefícios fiscais? Haja decoro! 

No entanto, decoro é coisa rara. A existir, impediria o Governo de retirar toda a publicidade à RTP, antiga ambição de Passos Coelho, para a entregar na totalidade aos canais privados e usar os nossos impostos para colmatar esse futuro défice público que será pago com os nossos impostos. E o despedimento de 250 dos seus trabalhadores? Sim, não se questiona nada? Não interessa?

Decoro, a existir, impediria o Primeiro Ministro de culpar os jornalistas por não lhe fazerem boas notícias, a 100% claro, que não as grandes empresas de comunicação que prometeu acarinhar, criticando-os, imaginando-os de “microfones nas orelhas”, tipo MI5 ou FBI, por onde recebem perguntas de terceiros ou vendo nos seus telemóveis perguntas escritas, já pensadas (é um crime pensar!), a que tem de responder. Ao fim de curtos seis meses é caricato!

Posto isto, e voltando ao assunto, justifica-se esta novela do IRS versus IRC? Não, não se justifica, até porque as coisas só foram abordadas pela rama e no “contexto do imediato”. E o PS fica prisioneiro neste labirinto? É o que parece.

A perceção pública é a de que há uma disputa que ignora o essencial, que nos distrai. O orçamento não se avaliou, desconhece-se. Não o viabilizar por estas razões, significaria que tudo o mais não teria importância, facto que só confirmaria que o país está carente de “Estadistas”. 

A confiança que deveria ter troco-a pela esperança de ver este primeiro orçamento deste governo ser aprovado, mas apenas depois do debate na Assembleia da República, na generalidade e na especialidade, por mérito. Até aqui tudo foi redutor, inadequado, mal gerido. Muita inexperiência.

Os eleitores têm de conhecer tudo. Não pode haver aprovação antes da discussão, não podemos votar a parte pelo todo, não pode haver cheques em branco. O PS não pode estar limitado em nada, mas limitou-se. E para sair disto vai ter de se aprimorar. Conseguiu melhorar o IRS e o IRC que elegeu como linhas vermelhas, mas, no entanto, continuam injustos e insuficientes. E o resto? 

Quando os eleitores deram uma curtíssima maioria relativa à AD elegeram uma alternativa de Governo, mas apontaram o caminho do diálogo para viabilizar um Programa exequível. Luís Montenegro percebe isso muito bem e tenta fazer parecer que é isso que está a fazer. Não, não é. O que anteviu foi o golpe de rins do Chega e joga com isso.

Não é, pois, surpreendente a barulheira deste partido, insinuando que pode aprovar o OE25, por patriotismo bacoco, se o PS não o fizer, apesar de Luís Montenegro ter destratado André Ventura na entrevista a Maria João Avilez. 

No fim e no fundo para o Governo o voto do Chega será sempre incompreensível, mesmo que a favor, e quanto a negociações a possibilidade é “Zero”. André Ventura está em pânico com o cenário de eleições antecipadas e para evitar essa possibilidade tudo fará para evitar que o grupo de 50 deputados se desmorone. Continua, desde março, a mendigar uma mãozinha da AD, mas o desconforto, até pessoal, não poderia ser maior: é sempre rejeitado. Acontece a que escolhe ser catavento. Portanto, no final, teremos um voto favorável do Chega ou um entendimento com o PS ou um Ovo de Colombo.

 Ovo de Colombo - Jornal do Centro

Jornal do Centro

pub
 Ovo de Colombo - Jornal do Centro

Colunistas

Procurar