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As ruas de Viseu voltaram a encher-se esta terça-feira, 24 de junho, para receber uma nova edição das Cavalhadas de Vildemoinhos. O desfile é um dos mais icónicos da cidade e assinala o encerramento das festas populares a cumprir uma promessa feita em 1652 a São João, depois de uma disputa resolvida entre moleiros e agricultores.
Pelas ruas passaram 24 carros alegóricos, grupos de bombos, caretos – uma das novidades deste ano – e mais de mil participantes, num cortejo livre de tema, mas inspirado no espírito da cidade.
Durante o desfile, houve quem se apressasse para assistir. Jorge Batista contou ao Jornal do Centro que já assiste “há vários anos” e é natural da cidade. “Levantei-me à hora habitual, mas apressei as coisas para estar aqui”, explicou. Para o munícipe, o mais importante é “esta alegria e este movimento todo”.
Sobre o significado das Cavalhadas para a cidade, Jorge Batista disse que “é uma tradição já muito antiga e as tradições são para se manterem, na minha perspetiva. Animam sempre a cidade e dão-lhe cor, movimento”.
Outro cidadão que assistia ao cortejo, José Mesquita, recorda as Cavalhadas desde há cerca de 70 anos. “Antigamente o povo saía muito mais à rua. Era muita mais gente antigamente que agora. Até em carros e tudo estavam mais em conjunto”.
Ainda assim, não deixa de destacar dois carros que lhe chamaram a atenção: “Aquela figura que acabou de passar [ver imagens abaixo] e um que levava uma miúda. Para mim eram esses dois os vencedores do concurso”.
Zulmira regressou este ano às Cavalhadas após uma ausência de quatro décadas. “Já não vinha às Cavalhadas de Vildemoinhos há mais de 40 anos, desde que comecei a trabalhar não tinha hipótese, agora estou reformada e já tenho tempo”.
Destacou o carro da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) como o que mais gostou. Uma criança de quatro anos, que também assistiu ao desfile, partilhou da mesma preferência: “O carro da minha tia, o da APPACDM”.
Alice Sá, de 74 anos, natural de Coimbra, mas residente em Viseu desde os “vinte e poucos anos”, também esteve presente. “Não é a primeira vez. Já são muitos anos. Venho todos os anos”. Apesar de não ter visto o desfile na totalidade – “fui à feira primeiro” –, afirmou que pelo menos “aquilo que vi estou a gostar”.
Para Alice, as Cavalhadas fazem já parte da identidade da cidade. “É uma coisa que faz parte da cidade, porque acho que se não houvesse já não era Viseu. Embora não seja a minha terra natal, no coração eu sou natural de Viseu”.
A promessa que deu origem à tradição remonta a um conflito entre os moleiros de Vildemoinhos e os agricultores locais, que represaram o rio Pavia, e impediram o funcionamento dos moinhos. A 20 de maio de 1652, o tribunal deu razão aos moleiros. Em forma de agradecimento, foi organizada uma cavalgada até à Capela de São João da Carreira. O gesto repetiu-se desde então, ano após ano, há já 373 edições.
Na apresentação das Festas Populares de Viseu, a presidente das Cavalhadas de Vildemoinhos, Carla Adibe, afirmou que ia ser “um cortejo grande, rico, variado e diferente, por forma a mostrar à cidade aquilo que Vildemoinhos consegue fazer com o seu cortejo para além de cumprir a sua promessa”.
A organização das Cavalhadas de Vildemoinhos resumiu que “Hoje celebramos não apenas 373 de história, mas 373 anos de história, paixão e glória. As Cavalhadas de Vildemoinhos representam acima de tudo o cumprimento de uma promessa feita em 1652, mas também a honra de a fazer reviver em todas as famílias Trambelas que hoje têm um coração pulsante em Vildemoinhos”.