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Margarida Benedita
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Rita Mesquita Pinto
A semana em que escrevo esta crónica, está ainda muito marcada por dois acontecimentos, em que a frase do investidor americano Warren Buffett, se poderá aplicar exemplarmente.
A morte na prisão de Bernard Madoff, no passado dia 14, fez relembrar o escândalo mundial que envolveu o seu declínio, mas também, no futebol, a tentativa de criação da superliga europeia, deu para evidenciar o que vai nu…
Como é sabido, Madoff era uma vedeta de Wall Street, com uma carteira de clientes particulares e institucionais muito relevantes, porque oferecia melhores rentabilidades aos investidores. Infelizmente, já muito tarde para alguns, descobriu-se, que era através da entrada de novos investidores e os meios que esta maré proporcionava, que permitia pagar acima dos outros. Quando a maré baixou, muito se perdeu, para além dos calções…
Apesar de todas as expressões de romantismo, a que temos assistido, sobre as suas virtudes, não restam dúvidas que o futebol se transformou, infelizmente, num negócio de grande dimensão financeira. Os principais clubes do mundo, também como os clubes portugueses, necessitam de aumentar a faturação, de forma a conseguir fazer face às elevadíssimas dívidas que assumiram, mas que poucos levam a sério.
Apesar da hipocrisia, a afirmação do presidente do Real Madrid, sobre a necessidade da superliga para salvar o futebol, é bem reveladora da situação financeira a que chegaram os clubes, muito agravada nesta fase de maré baixa.
Governantes, presidentes de clubes, treinadores, jogadores, adeptos, todos fizeram ouvir a sua voz contra esta superliga, que, ao que parece, ficou suspensa. Utilizei a palavra suspensa, porque com esta forma ou outra semelhante, se nada de estrutural se alterar no futuro, uma superliga irá reaparecer. É uma questão de sobrevivência de alguns! Em Portugal, com frequência se afirma que os adeptos apenas querem que o seu clube ganhe, não se preocupando como o fazem, genericamente, a discussão dos protagonistas, sobre as questões financeiras é efetuada com a mesma irrelevância de um fora de jogo mal assinalado, os ordenados pagos aos jogadores, treinadores, estruturas não têm importância sobretudo quando se ganha, os valores absurdos das transferências de jogadores só são ponderadas, para se atribuir o título de campeão das vendas ou das compras.
Basta a maré baixar, para se perceber, que afinal há temas que precisam de ser tratados, para além daquilo que mais nos agrada, quer relativamente ao nosso clube ganhador ou ao mago financeiro, que proporciona o que os outros não conseguem.
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Margarida Benedita
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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