A Siemens Gamesa decidiu encerrar a unidade de produção em Oliveira de Frades, no distrito de Viseu, levando ao despedimento de mais de uma centena de trabalhadores. A empresa justifica a decisão com a falta de encomendas para a produção e reparação de pás para torres eólicas, situação que apanhou de surpresa o sindicato afeto ao setor.
Segundo avançou a SIC e confirmou o ECO, o fecho da unidade, que entrou em funcionamento há menos de cinco anos e empregava cerca de 120 pessoas, resulta da ausência de “carga de trabalho prevista para os próximos anos”. Nas instalações permanecem apenas elementos afetos à manutenção e à administração, embora sem perspetivas de continuidade.
Fonte oficial da multinacional afirmou que a empresa “atua num mercado muito dinâmico” e que “está constantemente a avaliar a sua presença fabril para se manter competitiva e voltar à rentabilidade”. A mesma fonte acrescentou que aproximadamente metade dos funcionários receberá uma proposta de transferência para outras unidades da Siemens Gamesa.
Esta fábrica empregava perto de 120 trabalhadores. Para já, o processo de despedimento coletivo afetará cerca de cem deles, todos os da unidade de produção. A exceção, de momento, são os trabalhadores da manutenção e os administrativos.
O presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Frades, João Valério, disse que a decisão o “surpreendeu, mas já era um bocadinho anunciado, depois do fecho da unidade em Aveiro” no início do ano.
A decisão de encerrar em Oliveira de Frades foi comunicada ao autarca, “embora não tivessem de o fazer, mas já que tiveram esse cuidado, se o tivessem feito antes, talvez fosse possível negociar um despedimento faseado” dos trabalhadores.
Ainda assim, o autarca reconheceu que na zona industrial “há carência de mão de obra e, ao que tudo indica, há empresários que já se mostraram disponíveis para acolher alguns” dos cerca de 100 trabalhadores que foram informados do despedimento.
A autarquia, adiantou João Valério, está também a articular com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) para “futuro encaminhamento dos trabalhadores, juntamente com o gabinete da ação social”.
“O encerramento de uma empresa é sempre um dano económico e social. Agora compete-nos a nós trabalharmos para continuar a trazer para Oliveira de Frades empresas até para mitigar o dano causado por este encerramento”, disse João Valério.
Agora, acrescentou o autarca, “vai ficar ali um problema, que é aquela unidade na zona industrial, que ainda não tem solução” para as instalações que ali estão, sem saber se “vai ser algum armazém, outro tipo de negócio ou se vão vender”.
O encerramento da fábrica de Oliveira de Frades surge menos de um ano depois de a empresa ter avançado com um despedimento coletivo de 222 trabalhadores, no âmbito de um plano de reestruturação destinado a recuperar a rentabilidade. Em abril, a Siemens indicava que iria cortar globalmente 6.000 postos de trabalho, metade deles na Alemanha, o seu país de origem.
