À procura de vistas de cortar a respiração? Situado na EM326, em…
Quer fazer parte de uma equipa com mais de 20 anos de…
No quarto episódio do Entre Portas, um podcast da Remax Dinâmica em…
Um trabalhador de um espaço de restauração na cidade de Viseu acusa elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP) de abuso de autoridade. O homem, de 26 anos, de naturalidade chinesa, alega que três polícias estiveram recentemente no estabelecimento onde trabalha há cerca de três meses e que apresentaram uma postura agressiva.
“Os agentes foram autoritários, rudes e houve algum racismo”, começou por contar o trabalhador ao Jornal do Centro.
O homem explicou que os elementos da PSP entraram no restaurante, onde este é empregado de mesa e responsável pelo caixa, e “de forma agressiva” pediram a identificação a todos os empregados que se encontravam no interior do estabelecimento.
“Entraram sem estarem fardados e mostraram o distintivo. Pediram que mostrássemos os documentos de identificação, mas não explicaram porque estavam a fazer aquilo, não tinham nenhuma ordem do tribunal, nem nenhum documento”, recorda.
Por entender que os agentes estavam a agir “sem fundamento”, o homem recusou-se a entregar a identificação, mas por temer represálias acabou por fazê-lo.
“Em tom de ameaça, disseram que quem se recusasse ou não tivesse os documentos ia ser levado para a esquadra. Houve aqui algum racismo, porque somos vistos como um grupo fraco, até algo burro e isso não pode acontecer. Somos trabalhadores e merecemos respeito e nesse dia não fomos respeitados”, contou.
Perante o desagrado, no dia seguinte dirigiu-se à esquadra para apresentar queixa relativa à atuação da polícia, mas garante que não lhe foi permitido.
“O agente recusou aceitar a queixa e disse que a atuação dos polícias não foi ilegal”, recorda, acrescentando que acabou por dirigir-se ao tribunal de Viseu para apresentar queixa ao Ministério Público, onde também alega que foi desrespeitado.
“Quando cheguei e expliquei a situação, o senhor mandou-me escrever o que queria porque não percebia o que eu dizia. Senti-me gozado, sei que não falo bem, mas estudei cá, estou cá há quatro anos e acho que se percebe aquilo que tento explicar”, lamentou.
O homem acabou por dirigir-se à GNR onde apresentou a denúncia pela atuação da polícia e do tribunal e ao tribunal fez um pedido de imagens de videovigilância para comprovar a tentativa de queixa.
Questionada, a PSP confirma a intervenção no espaço de restauração, explicando que “consistiu numa ação de fiscalização a cargo do Núcleo de Estrangeiros e Controlo Fronteiriço”.
“A atuação dos polícias enquadra-se no âmbito das atribuições legais confiadas à PSP e consiste, nestes casos, em verificar a regularidade documental das pessoas afetas à exploração da atividade económica”, esclareceu.
Quanto à alegada impossibilidade de apresentação de queixa, a polícia diz não ter conhecimento da situação. “Das diligências efetuadas, não nos foi possível confirmar a existência de qualquer tentativa de apresentar denúncia junto dos nossos habituais locais de atendimento”, afirmou.
Já sobre se será feita alguma diligência relativa a este caso, a PSP explicou que “a ter existido recusa de atendimento na PSP e a existir denúncia “em outros organismos”, será de supor que tal facto conste expressamente dessa denúncia, que naturalmente seguirá os seus trâmites. Dependendo do teor da mesma, os subsequentes inquéritos poderão ser de âmbito criminal, disciplinar ou ambos”.