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Nove museus e a Torre de Belém encontram-se encerrados para obras de requalificação, financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência, indica a Museus e Monumentos de Portugal, a pouco mais de sete meses do termo do programa.
Deste conjunto de equipamentos, que envolve sete museus nacionais, o espaço museológico encerrado há mais tempo, no ponto de situação da Museus e Monumentos de Portugal (MMP), divulgado em resposta à agência Lusa, é o Museu Nacional de Arqueologia, fechado desde abril de 2022, e cujas obras de grande dimensão envolvem duas fases, com restauro e reabilitação do edificado para duplicar a área expositiva.
O Museu Rainha D. Leonor, em Beja (encerrado desde 2023), o Museu Nacional da Música (encerrado desde outubro de 2023, com abertura em Mafra marcada para 22 de novembro), o Museu Nacional do Traje, em Lisboa (encerrado desde junho 2024), o Museu de Lamego (desde maio de 2025), o Museu Nacional de Arte Antiga (desde 29 de setembro de 2025), o Museu Nacional do Azulejo e o Museu Nacional do Teatro e da Dança, na capital, encerrados desde 01 de novembro, também estão nesta lista.
O Picadeiro Real é outro espaço expositivo em Lisboa encerrado para obras desde 29 de setembro deste ano, mas mantém-se a funcionar o Museu Nacional dos Coches, ao qual está ligado, enquanto a Torre de Belém, também na capital, está encerrada desde o passado mês de abril.
No ‘site’ do Património Cultural – Instituto Público estão listados os investimentos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), na componente cultura para a área de recuperação do património, onde está publicado o documento com a atualização mais recente das verbas inscritas para as obras em museus e monumentos.
No caso do Museu Nacional de Arqueologia – fundado em 1893 e instalado no Mosteiro dos Jerónimos desde 1903 – a verba inscrita naquela lista é de 19.385.678,66 de euros, e, segundo o portal Mais Transparência, destinada a obras de reabilitação e remodelação das instalações do museu, a conclusão ainda não foi anunciada, mas a previsão para a maioria das empreitadas tem como limite o final de junho de 2026.
O museu reúne coleções arqueológicas que abrangem a história portuguesa desde a Pré-História até à fundação do país, incluindo também peças estrangeiras e etnográficas, destacando-se a sala do tesouro, que conserva uma coleção de ourivesaria antiga e um dos maiores acervos da Península Ibérica.
Quanto ao Museu Nacional da Música, cuja previsão de abertura, segundo a MMP, é o dia 22 de novembro, tem inscrita uma verba de 5.750.000,00 euros de obras de instalação e museografia numa ala do Palácio Nacional de Mafra, depois de ter estado instalado desde 1994 na estação de metro do Alto dos Moinhos, em Lisboa.
O museu reúne mais de 1.000 instrumentos musicais de tradição erudita e popular, ferramentas de construção, equipamentos áudio, acessórios, partituras, fonogramas, iconografia e documentação variada. Entre os instrumentos mais valiosos, muitos deles classificados como “tesouros nacionais”, destacam-se o cravo de Joaquim José Antunes, de 1758, o cravo de Pascal Taskin, de 1782, o violoncelo Stradivarius de 1725, que pertenceu ao Rei Luis, e o piano que Franz Liszt usou na sua viagem a Portugal, em 1845.
Quanto ao Museu Nacional de Arte Antiga, couberam-lhe 8.500.000,00 euros para obras de conservação/beneficiação da fachada norte do edifício, reabilitação/remodelação das coberturas na ala do antigo Palácio Alvor, e conclusão do restauro da Capela das Albertas.
Criado em 1884, o MNAA reúne atualmente um acervo de cerca de 40 mil peças, albergando a mais relevante coleção pública do país em pintura, escultura, artes decorativas portuguesas, europeias e da Expansão, desde a Idade Média até ao século XIX, incluindo o maior número de obras classificadas como “tesouros nacionais”, assim como a maior coleção de mobiliário português.
Ao Museu Nacional do Traje, inaugurado em 1977, cabe uma verba de 2.100.000,00 euros para trabalhos que incluem o reacondicionamento das coleções e a reabilitação do edifício do Palácio Angeja-Palmela, que acolhe uma coleção de indumentária e acessórios desde o século XVIII até à atualidade, que representa diversos períodos históricos, estilos e tendências.
Ao Museu Nacional do Azulejo foi-lhe atribuída uma verba de 4.500.000,00 para, também segundo o portal Mais Transparência, reabilitação das fachadas, conservação e restauro da Torre Sineira e da Torre do Coruchéu, beneficiação e restauro geral do claustro, coro alto e revestimento azulejar da igreja.
Instalado no antigo Mosteiro da Madre de Deus, fundado em 1509 pela Rainha Leonor, o Museu Nacional do Azulejo foi o mais visitado na capital em 2024, com 297.203 entradas, seguido pelo Museu Nacional dos Coches, com 219.506, indicam os dados estatísticos oficiais.
Quanto ao Museu Nacional do Teatro e da Dança, com um valor atribuído de 2.769.962,87 euros, as obras previstas abrangem a reabilitação geral do edifício e jardim do Palácio do Monteiro-Mor, onde está instalado, possuindo um acervo com mais de 300 mil peças que abarca teatro, dança e ópera.
Trajes de cena, figurinos, maquetes e desenhos de cenários, fotografias, cartazes, programas, discos, partituras, pinturas, esculturas e caricaturas, incluindo obras de artistas renomados como Almada Negreiros, Paula Rego e Maria Keil integram a coleção do museu.
A lista inclui também o Museu Nacional dos Coches – Picadeiro Real, cujo valor total do projeto ascende a 5.300.000,00 euros para trabalhos diversos de conservação interior, revisão de drenagens e conservação de fachadas.
Mandado construir em 1787 pelo Infante João, futuro Rei João VI, o Picadeiro Real é um projeto neoclássico atribuído a Giacomo Azzolini, com decoração inspirada na arte equestre, e transformado em museu em 1904 por iniciativa da Rainha Amélia, tendo sido inaugurado em 1905 como Museu dos Coches Reais. Passou a chamar-se Museu Nacional dos Coches em 1911.
O edifício histórico faz parte do novo museu, acolhendo carruagens do século XVIII, retratos reais e um núcleo dedicado à fundadora, estando classificado como parte do Monumento Nacional do Palácio Nacional de Belém.
O Museu de Lamego, no distrito de Viseu, tem inscrita uma verba de 1.750.000,00 euros para reabilitação de coberturas, vãos exteriores/caixilharias de madeira, instalação de um sistema de climatização, execução de arranjos exteriores com espaços verdes, instalação de ascensor exterior para acessibilidade universal e também um projeto de museografia.
Fundado em 1917 no antigo Paço Episcopal de Lamego, é um dos poucos museus centenários de Portugal, criado na sequência da Lei de Separação do Estado das Igrejas, e reúne um acervo eclético que inclui pintura, tapeçaria, ourivesaria, mobiliário e arte sacra, destacando-se as tapeçarias flamengas do século XVI, os painéis de Vasco Fernandes para a catedral de Lamego e os azulejos do século XVII, todos classificados como “tesouros nacionais”.
O Museu Rainha D. Leonor, em Beja, anteriormente designado Museu Regional de Beja, tem inscrita uma verba de 2.370.252,82 euros, na mesma lista, para reabilitação de coberturas, igreja e terraço, conservação de fachadas e caixilharias, instalação de sistema climatização, revisão e substituição de instalações elétricas, iluminação e equipamentos de segurança, e ainda para a recuperação do claustro.
Este museu está instalado no antigo Convento de Nossa Senhora da Conceição e abarca áreas temáticas como escultura, pintura, ourivesaria, azulejaria, artes decorativas, metrologia, etnografia e arqueologia, com ênfase no território do Baixo Alentejo.
Quanto à Torre de Belém, em Lisboa, associada ao Mosteiro dos Jerónimos, tem atribuída uma verba de 1.134.981,43 euros para obras que incluem intervenções no exterior e no interior, como restauro de cantarias, rebocos, carpintarias, caixilharias e recuperação de elementos metálicos.
Classificada como Património Mundial da UNESCO desde 1983, a Torre de Belém, construída entre 1514 e 1519 durante o reinado de Manuel I, como baluarte defensivo, é um dos mais emblemáticos símbolos de Lisboa e de Portugal.
O PRR é um programa nacional com execução prevista até 2026 que visa implementar reformas e investimentos para promover o crescimento económico sustentado após a pandemia de covid-19.
Na área da cultura, abrange intervenções em património cultural classificado de 73 sítios, museus, monumentos e palácios nacionais, num valor global de 192.890.969,35 euros.