Desfile bombeiros
bernardo lourenço jovem talento gastronomia lamego
última hora
aluguer aluga-se casas
Casas Bairro Municipal Viseu 3
casa-habitacao-chave-na-mao - 1024x1024

No coração do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, há…

21.08.25

Reza a lenda que foi um árabe, há mais de mil anos,…

14.08.25

Seguimos caminho por Guimarães, berço de Portugal e guardiã de memórias antigas….

07.08.25
jose-damiao-tarouca-232
ps campanha
camapnha10
vinhos adega vila nova tazem
palacio do gelo natal 2 1
Moimenta com Sabor_Maçã2024
Home » Notícias » Colunistas » Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer

Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer

 Viver melhor na nossa terra!
22.11.25
partilhar
 Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer

por
Joaquim Alexandre Rodrigues

1. Dizer que a nossa justiça bateu no fundo é estar a ver a fotografia e não o filme. É que ela, todos os dias, trata de escavar ainda mais fundo o buraco em que se meteu. 
Já pouca gente liga às operações de busca que a judiciária e o ministério público vão fazendo aqui e acoli, com mais ou menos aparato. São “breaking news” pífios em que todos os “alegadamente” achados, a que os repórteres costumam chamar “provas reunidas”, acabam mergulhados em “águas de bacalhau”.
O ministério público teve o telefone de um ministro sob escuta durante quatro anos e deixou a marinar dezenas de telefonemas a um primeiro-ministro. Por sinal ou por karma, telefonemas ao mesmo primeiro-ministro que, em 2018, fez equipa com o presidente da república para correrem com a única Procuradora-Geral da República que mostrou serviço e vontade de pôr a roda da justiça a rolar a sério. Chamava-se ela Joana Marques Vidal.

Sem surpresa, as multas de 225 milhões de euros devidas pelo cartel da banca evolaram-se, escafederam-se. Prescreveram. O Barclays, o banco britânico que denunciou o arranjinho interbancário que tanto prejudicou os clientes portugueses, ficou a perceber o que a casa gasta. Ele e todos os investidores mundiais.
Quando está em causa gente poderosa, florescem milhentas manobras dilatórias, se houver entradas de leão nas primeiras instâncias, lá aparecem, anos depois, as saídas de sendeiro nos tribunais superiores. O dito “trânsito em julgado” dos nossos tribunais é uma app de navegação que, em vez de “chegou ao seu destino”, diz “chegou à prescrição”. 
Olá, José Sócrates, o teu caso vai durar, pelo menos, até 2037. Olá, EDP, tu sabes que os portugueses sabem que, mais recurso menos recurso, não vais pagar nunca o IMI das barragens.

2. Três casos badalados esta semana:
(i) num sábado de manhã, um médico da pele levantou-se cheio de energia, tomou o pequeno-almoço, fez uma máquina de roupa, estendeu-a, meteu-se no carro, dirigiu-se ao Hospital de Santa Maria e num dia de trabalho facturou 51 mil euros; a seguir despegou do serviço, regressou a casa, apanhou a roupa do estendal, dobrou-a, passou a camisa que ia usar no dia seguinte no almoço dominical com os pais (que, por sinal, estavam com uns sinais na pele); a seguir, mandou vir sushi para o jantar, estirou-se no sofá a admirar Nicole Kidman em “Eyes Wide Shut” e adormeceu profundamente; um mais do que merecido descanso; 
(ii) uma senhora do norte, depois de consumir 1653 embalagens de Ozempic prescritas pela sua médica, conseguiu controlar os seus diabetes finalmente e, durante aquele longuíssimo tratamento, ficou magrinha, magrinha, magrinha; em consequência, a mesma clínica benemérita, animada com aqueles resultados tão positivos, passou a um seu outro paciente 44 receitas de Ozempic em 14 meses;
(iii) por coincidência, 500 imigrantes viviam todos na mesma belichosa casa da Rua do Benformoso, em Lisboa; por coincidência, todos eles conseguiram obter o cartão de utente do SNS, precisem eles ou não de Ozempic; por coincidência, todos eles também conseguiram o cartão europeu de saúde; por coincidência, toda a burocracia necessária para a obtenção daqueles cartões foi tratada na unidade de saúde familiar de Cortegaça, a 292 quilómetros da capital.  

Melhores dias hão-de vir. Enquanto não chegam, oiçamos “Inquietação”, de José Mário Branco, cantada por Camané:

“Há sempre qualquer coisa que está pra acontecer

Qualquer coisa que eu devia perceber

Porquê não sei

Porquê não sei

Porquê não sei ainda”.

 Viver melhor na nossa terra!

Jornal do Centro

pub
 Viver melhor na nossa terra!

Colunistas

Procurar