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O Museu de Lamego mantém patente até fevereiro de 2024 a exposição “Melancolia Tropical ou a Ilha do Equador”, do fotógrafo Daniel Blaufuks.
A mostra, apresentada no festival literário Textemunhos, resulta de um convite feito ao artista para desenvolver um trabalho sobre a descolonização, que foi tema da segunda edição do evento decorrido no concelho. O fotógrafo também fez uma residência artística nas roças de cacau e café de São Tomé e Príncipe.
“Ao trabalhar sobre as roças de São Tomé, apercebi-me ao percorrer os seus enormes espaços, muitos ainda hoje habitados pelos antigos serviçais ou seus descendentes, em como este longo capítulo da colonização portuguesa necessita de ser relembrado e, porventura, mais estudado”, sublinha Daniel Blaufuks, que, entre vários trabalhos ao longo da sua carreira, colaborou para jornais como o Blitz e o Independente.
O fotógrafo elenca o colonialismo português como “um outro tipo de holocausto, que durou séculos e que, tal como a Shoah, projeta a sua sombra muito para além da duração concreta do acontecimento em si, afetando não só psicologicamente as vidas dos descendentes, como também as suas condições de vida e as economias dos países que foram parte dessa quimera imperial”.
“A história do colonialismo é também uma história de crime e de roubo, e pertence, como todas estas histórias, aos dois, ao criminoso e ao roubado, unindo-os para sempre”, acrescenta.
A mostra em Lamego contém mais de 100 obras entre fotografias, recortes de textos e imagens oriundos de jornais e livros, textos manuscritos, espécies botânicas, selos postais, mapas e outros materiais que visam questionar o passado colonial de Portugal. A exposição pode ser vista pelo público até 11 de fevereiro do próximo ano.