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Ciclismo: vontade era muita, vencer era mais difícil… a culpa estava nos carris dos elétricos

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 Ciclismo: vontade era muita, vencer era mais difícil… a culpa estava nos carris dos elétricos - Jornal do Centro
15.06.24
fotografia: Jornal do Centro
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 Ciclismo: vontade era muita, vencer era mais difícil… a culpa estava nos carris dos elétricos - Jornal do Centro
15.06.24
Fotografia: Jornal do Centro
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 Ciclismo: vontade era muita, vencer era mais difícil… a culpa estava nos carris dos elétricos - Jornal do Centro

Não chegavam a 10, mas os ciclistas do Clube Académico de Viseu tiravam todos os domingos para treinar, mesmo sabendo que quando chegassem às provas a vitória não estava garantida. Foi assim durante uma época, no final dos anos 50. O ciclismo fazia parte do Clube. João Carlos Fernandes era um dos “corredores”. A vontade era muita, vencer é que era mais difícil: a culpa… os carris dos elétricos.

“Nós treinávamos aqui nas nossas estradas, cima a baixo, mas as provas eram em Lisboa. Quando lá chegávamos eles (o eles eram o Benfica, o Sporting ou o Belenenses) enfiavam-nos no pelotão e íamos para aquelas ruas que tinham elétrico. Como não sabíamos andar nos carris, caíamos e acabávamos no chão para aí uns 20 a 30”, recorda João Carlos Fernandes.

O bate-chapas de profissão lembra que naquela época era trabalhar de segunda a sábado e só aos domingos é que havia tempo para treinar. “Acordávamos cedo e íamos até S. Pedro do Sul e voltávamos. Não era fácil, as estradas não eram boas”, descreve.

“Havia pouco dinheiro, sabe, mas o Zé Madeira (o chefe da equipa) suportava muito a festa. Infelizmente nunca se ganhou nada. Corríamos, mas como éramos equipas do Interior, perdíamos sempre. É como hoje”, lamenta.

João Carlos tem muitas memórias da altura em tência”. “Lembro-me de me prometerem uns pneus e uma corrente e nunca me deram”, conta, entre gargalhadas. Das provas, o maior desafio eram os furos.

“Havia só um carro de apoio e não era para todos. Quando tínhamos um furo tirávamos a roda e trocávamos o pneu e tínhamos uma bomba grande, eram três enchidelas e o pneu ficava novo, a roda vinha num oito no pescoço. Era sempre a andar”, narra.

Os tempos eram outros e a vida não era fácil. De uma família com oito irmãos, João Carlos Fernandes começou a trabalhar quando ainda era novo. O dinheiro que ganhou foi para comprar a bicicleta com que fazia as provas.

“A minha bicicleta custou 1500 escudos, comprei-a no Cunha Martins, ali ao pé da Câmara. Entrei com 500 escudos, o mecânico que lá estava, o senhor Joaquim, era muito meu amigo e ficou como meu fiador dos 100 escudos. Todos os meses lá ía pingar 100 escudos e paguei a bicicleta”, recorda.

Foram sacrifícios que teve prazer em ultrapassar, mas com “as brincadeiras de Lisboa”, nem a “boa vontade e o dinheiro do senhor Madeira” chegaram para que a equipa, que até teve corredores de Aveiro e Tondela, alcançasse alguns dos sucessos de outras modalidades do Clube Académico de Viseu.

Mas, para João Carlos Fernandes, o ciclismo ainda lhe corre nas veias. Nas dele e nas da mulher que há 61 anos o acompanha. “Vamos sempre ver os ciclistas. Tenho um galo grande que tem atrás umas hélices de várias cores. Ponho virado para os corredores e eles dizem-nos adeus”, conta, feliz, por ter sido convidado para o aniversário dos 110 anos do Clube Académico de Futebol e assim poder partilhar as suas memórias enquanto elemento de um clube que é mais conhecido pelo futebol.

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