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O tema “atropelamentos” foi novamente levado a reunião de Câmara, e o presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, anunciou em conferência de imprensa que será marcada uma reunião com a Comissão Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade, em resposta ao aumento de atropelamentos na cidade. “Vamos reunir com a Comissão de Trânsito. Acionamos pela primeira vez aquele dispositivo que está em uma boa parte das passadeiras e que não estava acionado”, afirmou Fernando Ruas.
Questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de ações de sensibilização, Fernando Ruas sublinhou a importância de educar tanto condutores quanto peões: “Eu continuo a insistir, não atribuindo a culpa de modo nenhum ao peão, que vamos ter de educar os peões também. Vê-se com muita frequência as pessoas não terem nenhum problema com a passagem na passadeira. Há pessoas que vão na rua, chegam à passadeira e não param”.
No entanto, o presidente da câmara advertiu que a existência de uma Comissão de Trânsito não é garantia de uma solução completa para os acidentes rodoviários. “A Comissão de Trânsito é um alívio de consciência. Não há ninguém que garanta que, tendo Comissão de Trânsito, deem a sua indicação e os acidentes acabem”, frisou. O presidente exemplificou: “foi a Comissão de Trânsito que indicou os semáforos junto ao Palácio do Gelo, e os acidentes lá não acabaram”.
Apesar das ações em curso, Fernando Ruas fez questão de esclarecer que Viseu não é um dos concelhos com mais atropelamentos a nível nacional. “Não quero dizer com isto que vão acabar os atropelamentos, mas também há uma coisa que não quero que faça escola: nós não somos a cidade onde há mais atropelamentos. Divulgamo-los com frequência, e bem, mas a cidade de Viseu está abaixo da média dos atropelamentos nacionais”, destacou. “Dá impressão que só em Viseu é que as pessoas são atropeladas. Há situações que fogem à vigilância de quem quer que seja”.
Oposição questiona medidas e exige ação concreta
O Partido Socialista (PS), oposição na Câmara de Viseu, expressou preocupação com a frequência dos atropelamentos, lamentando a “situação que infelizmente já se torna recorrente no nosso concelho”. A oposição exige maior transparência sobre as medidas propostas pelo Conselho Municipal de Segurança, e questionou, na Reunião de Câmara, a autarquia sobre as ações que têm sido implementadas para proteger os munícipes.
“É urgente saber que medidas estão a ser tomadas para salvaguarda da segurança dos nossos munícipes. Assim, voltamos a questionar se o Sr. Presidente ou o Vereador com competência delegada já reuniu o Conselho de Segurança”, afirmou o partido. Os socialistas sublinharam ainda a importância de um plano estruturado para a segurança rodoviária: “Relembramos que um dos objetivos do Conselho Municipal de Segurança é avaliar o número de sinistralidade rodoviária e, tendo em conta a estratégia nacional da segurança rodoviária, formular propostas para a realização de ações que possam contribuir para a redução do número de acidentes no município”.
Reunião do Conselho Municipal de Segurança em agosto
Esta não é a primeira vez que o tema dos atropelamentos em Viseu é alvo de análise por parte das autoridades locais. Em agosto deste ano, o Conselho Municipal de Segurança foi convocado para discutir a sinistralidade rodoviária no concelho, após uma série de atropelamentos terem levantado preocupações entre a população e autarcas. Na altura, o presidente da Câmara garantiu o compromisso da autarquia em agir para mitigar este problema, sublinhando que estavam a ser estudadas soluções para a segurança viária em Viseu.
O aumento dos atropelamentos em Viseu continua, assim, a gerar debate entre o executivo e a oposição, ambos procurando, embora de formas distintas, contribuir para uma cidade mais segura.