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O candidato da CDU (PCP-PEV) à Câmara de Resende, Fernando Pinto, disse hoje à agência Lusa que quer ter lugar no executivo, na oposição, para as suas ideias serem debatidas, entre elas, maior mobilidade para fixar jovens.
“Nunca foi feito nada por os jovens! E é por isso que estamos a perder população. Há anos que alerto para isso, mas não querem debater comigo, dizem que sou analfabeto, mas tenho a experiência de vida e os ensinamentos que me deu e a fome que passei e que não queria que mais ninguém passasse. E quero muito ser oposição, para que me possam ouvir e debater as minhas ideias”, defendeu Fernando Pinto.
À agência Lusa o candidato sustentou que, para fixar os jovens, “é preciso emprego, porque sem um emprego capaz eles vão embora, não conseguem sobreviver” em Resende.
“Isto não começou agora. Há anos que ando a defender isto. Por exemplo, há 40 anos, ainda não havia A24, já eu dizia para rasgarem uma estrada entre São Cristóvão e Bigorne, para aí fazerem depois uma zona industrial. Nunca quiseram saber”, indicou.
No concelho, “existe uma fábrica, da água, que demora mais a descer para chegar à vila com um camião do que a chegar ao Porto, praticamente”, exemplificou.
“Sem uma zona industrial, sem empresas, como é que se fixam os jovens? Mas como não temos estradas, portanto, como é que vamos fixar as empresas? E essa é a minha luta, mais mobilidade, estradas, se não vamos ficar isolados”, considerou.
Um isolamento que é ditado “pelo poder central, que não faz nada pelas aldeias, e Resende é como uma aldeia, assim como o distrito de Viseu, que nunca quis saber” deste concelho mais a norte.
Fernando Pinto indicou ainda que “dizem que há turismo e são precisos mais turistas, mas é preciso perguntar para onde é que vai esse turismo de que falam?”, questionou. “Não temos um hotel em Resende”, indicou.
No setor primário, o candidato da CDU defendeu a necessidade de “certificar a cereja, para que todas as pessoas fossem chamadas à responsabilidade de cada vez que vendessem cereja que não fosse de Resende”.
“E a cereja certificada tem outro valor, traria dinheiro e isso interferia na nossa economia local, claro. Assim como um polo da Universidade de Vila Real [UTAD], traria jovens e reativaria o comércio. Mas não, continuamos sem nada”, realçou.
Para este candidato, “é preciso ainda trabalhar o problema da habitação, não só para as famílias como para os mais velhos”.
Fernando Pinto, 75 anos, natural de Cárquere, em Resende, casado e pai de dois filhos, está reformado da profissão de eletricista. Militante do Partido Comunista Português (PCP) desde 1969, esta é a quarta vez que se candidata à Câmara de Resende.
“E se não houver mais nenhum candidato, vou continuar a candidatar-me, porque enquanto for vivo, o PCP irá sempre candidatar-se, porque este meu concelho está a precisar muito de quem lute por ele e o faça crescer”, prometeu.
Às eleições de 12 de outubro, à Câmara Municipal de Resende, no norte do distrito de Viseu, além de Fernando Pinto, também se candidatam David Malheiro (Chega), Jorge Caetano (PS), e Fernando Silvério (PSD).
Em 2021, o PSD alcançou 47,09% do eleitorado (3.506 votos), conquistando três vereadores. O Município é liderado pelo PS, com Garcez Trindade, que conseguiu 49,01% dos eleitores (3.649 votos) e cumpre o terceiro e último mandato.
Nas últimas eleições, votaram 7.445 eleitores, dos 10.138 inscritos. Nestas eleições de outubro, Resende terá menos dois lugares no executivo, uma vez que o número de inscritos caiu para menos de 10.000 cidadãos.