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Companhia de Canas de Senhorim estreia “Soprar para ver” em Lisboa

Amarelo Silvestre apresenta no Teatro Lu.Ca a sua nova criação, um espetáculo poético que revela “invisibilidades” do quotidiano e parte da história de uma vizinha centenária da companhia

 Companhia de Canas de Senhorim estreia “Soprar para ver” em Lisboa - Jornal do Centro
09.09.25
fotografia: Amarelo Silvestre
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 Companhia de Canas de Senhorim estreia “Soprar para ver” em Lisboa - Jornal do Centro
09.09.25
Fotografia: Amarelo Silvestre
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 Companhia de Canas de Senhorim estreia “Soprar para ver” em Lisboa - Jornal do Centro

A companhia Amarelo Silvestre, sediada em Canas de Senhorim, no concelho de Nelas, estreia a 3 de outubro, no Teatro Lu.Ca, em Lisboa, “Soprar para ver”, nova criação que abre caminho para o invisível das “coisas muito visíveis”, explicou à Lusa a diretora artística.

“’Soprar para ver’ é uma peça que gostaria que incentivasse e abrisse a possibilidade para uma metáfora em que, com o sopro que vem de dentro [de cada um], fosse possível abrir janelas, fosse possível revelar invisibilidades, e isto de uma forma mais abstrata talvez”, acrescentou Rafaela Santos, que dirige o espetáculo.

Direcionada para famílias e crianças a partir dos oito, nove anos, a peça visa que “pequenos e grandes” fiquem “suscetíveis a esta forma de ‘não ver’ o que sempre esteve lá”, frisou Rafaela Santos que, com Fernando Giestas, assume a direção artística da companhia sediada em Canas de Senhorim.

O objetivo é “revelar invisibilidades das coisas que por vezes estão muito visíveis, mas que, por estarem lá sempre, deixam de ser reparadas e observadas com vagar, com tempo, com o foco que é necessário e o tempo que é necessário para as ver”.

Entre as “invisibilidades” para as quais a peça “gostava de abrir janelas” com “um sopro”, segundo a sua diretora artística, estão situações e pessoas simples, “porteiros, arrumadores de uma sala de teatro, seguranças, empregadas de limpeza, condutores de autocarros, pessoas que limpam as ruas, fazem os jardins e [mantêm] as árvores de pé – as poucas que escapam aos fogos -, [pessoas] que apagam os fogos”.

“Coisas que estão à vista e a que damos pouco foco, tal como algumas profissões pouco valorizadas”. Assim como o pinheiro pelo qual tanta gente passa – e se abriga –, em Canas de Senhorim, sem se aperceber da sua importância, e que afinal inspirou o espetáculo, sustentou.

O ponto de partida para a criação foi real: a história de uma vizinha centenária da companhia de teatro, D. Ester, sobre um “pinheiro imenso, com quase quatro andares de altura”, localizado na rua da sede da companhia.

Uma árvore de que todos usufruem da sombra ou do cantar dos pássaros que lá pousam, desconhecendo que fora plantada por D. Ester, uma mulher pobre, apenas com a terceira classe, com os pinhões que trouxera nos bolsos de uma viagem ao Vaticano.


“Como era pobre e nos arredores do Vaticano havia muitos pinheiros, encheu os bolsos de pinhões para comer. Trouxe pinhões para Portugal e, fora da sua propriedade, deitou alguns à terra, fazendo nascer aquela árvore fantástica”, contou Rafaela Santos à Lusa.

“Soprar para ver” é assim uma peça que dá corpo e voz à “invisibilidades que não dão nomes a ruas, como mulheres iletradas e pobres que não ficam na História, mas ficam nas histórias da companhia”, sublinhou; um “convite ao relentar”, para que se vejam pequenas invisibilidades que nos circundam, como na frase do filósofo britânico de origem austríaca Ludwig Wittgenstein (1889-1951), citada por Rafaela Santos: “Há coisas que não vemos só que estamos sempre a vê-las”.

Com uma “componente visual e plástica bastante forte, muito analógica e sem quaisquer efeitos especiais”, “Soprar para ver” é um espetáculo “muito poético”, “bastante forte e imersivo”, ao longo do qual, pela mão de Inês Luzio, na personagem Ela, leva o público numa viagem “por várias paisagens surpreendentes”, onde “não faltam texturas variadas, jogo de sombras, projeção de imagens e transparências, acompanhadas pelas palavras da dramaturgia de Fernando Giestas”, descreveu Rafaela Santos.

A peça acaba por se tornar numa viagem com alguém que abre janelas com “um sopro”, para libertar energias menos positivas e por necessidade de se acalmar, abrindo a possibilidade de ver o que antes não via.


“É quase uma terapia que leva a nossa personagem a soprar janelas para os outros”, revelando algo mais para lá delas.

A peça tem direção artística de Fernando Giestas e Rafaela Santos, que também interpreta com Inês Luzio. O apoio ao movimento e escuta e olhar são de Pietro Romani, a criação plástica e figurinos de Rachel Caiano e a cenografia de Henrique Ralheta. Na consultoria artística está Catarina Requeijo, no desenho de luz, Guilherme Pompeu e, na composição, Leonardo Outeiro e Inês Luzio.

No Lu.Ca – Teatro Luís de Camões, a peça tem sessões para escolas nos dias 03 e 10 de outubro, às 10:30, e nos dias 08 e 09, às 10:30 e às 14:30.

As récitas para famílias decorrerão nos dias 04, 05 e 11 de outubro, às 16:30, e em 12 de outubro, às 11:30 e às 16:30, com a primeira sessão mencionada como descontraída.

A peça da Amarelo Silvestre terá ainda duas récitas de antestreia na sede da companhia, em Canas de Senhorim, nos dias 19 e 20 deste mês.

Após a estreia no Lu.Ca, “Soprar para ver” estará em digressão, com apresentações já marcadas no Teatro Ribeiro Conceição, em Lamego, nos dias 24 e 25 de outubro, no Cine-Teatro S. Pedro, em Alcanena, nos dias 05 e 06 de dezembro, e no Theatro Circo de Braga, em 13 de dezembro.

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