No coração do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, há…
Reza a lenda que foi um árabe, há mais de mil anos,…
Seguimos caminho por Guimarães, berço de Portugal e guardiã de memórias antigas….
Um Crucifixo com Calvário do século XVII, doado por Paulo Pinto de Albuquerque, jurista, académico e antigo juiz do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, passou a integrar a coleção do Museu Nacional Grão Vasco. A doação, anunciada simbolicamente no Dia Internacional dos Direitos Humanos, marca, para a direção do Museu, uma das mais relevantes incorporações nas últimas décadas e reforça a ligação profunda do mecenas à cidade de Viseu, onde cresceu e iniciou o seu percurso académico.
A peça, considerada uma obra ímpar da arte luso-oriental, combina um Cristo Crucificado em marfim do Ceilão (Sri Lanka) com um monumental Crucifixo e Calvário em ébano de Goa, num conjunto raro de elevada importância histórica e artística. Com 170 centímetros de altura, destaca-se pelo naturalismo excecional da escultura do Cristo, datada das primeiras décadas do século XVII, e pelas características distintivas dos marfins orientais. O conjunto integra ainda 22 relíquias de santos, preservadas em pequenas virolas metálicas, e um medalhão em cera com o Agnus Dei.
Considerada por especialistas uma das mais notáveis esculturas em marfim existentes em Portugal, a obra pertenceu originalmente à Igreja do Corpo Santo, integrada no extinto Convento da Senhora do Rosário, em Lisboa, fundado por dominicanos irlandeses no século XVII. Após a saída definitiva dos monges do país, em 2021, foi adquirida por um antiquário e, posteriormente, em 2024, por Paulo Pinto de Albuquerque, que agora a entrega ao Museu, garantindo a sua permanência definitiva no acervo.
“Com esta incorporação, o Museu Nacional Grão Vasco reforça de forma significativa o seu património artístico e a sua missão cultural”, assinala a direção.
O Crucifixo com Calvário será integrado na exposição permanente, na sala “Encontro de Culturas”, onde se destacará pelo seu impacto visual e pela articulação com outras obras de origem luso-oriental já presentes na coleção.