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A cumprir prisão domiciliária no Reino Unido e em risco de ser julgado nos Estados Unidos, o jovem de Viseu acusado de montar uma das maiores redes de venda de dados roubados na Internet quer cooperar com as autoridades portuguesas.
Em declarações à CNN Portugal, Diogo Santos Coelho, de 23 anos, diz que está disponível para fazer “tudo o que for necessário” para colaborar com a Justiça portuguesa, “seja para tentar apanhar outras pessoas ou até ajudar em casos semelhantes”, e garante que não está a fugir das autoridades.
A defesa também acredita que Diogo Coelho poderá ter um papel na resolução de casos similares ao seu. Um dos advogados do jovem, João Medeiros, diz que o seu cliente não compreende a opção das autoridades portuguesas, que ainda não responderam de forma positiva.
“O Diogo tem um grau de incompreensão relativamente a isto, porque ele próprio já se ofereceu para colaborar com as autoridades. A Polícia Judiciária teve oportunidade de analisar a informação de que o Diogo dispunha e sinaliza-a como de maior interesse”, disse o advogado à CNN, acusando as autoridades de terem com o cliente um comportamento diferente daquela que tiveram com o hacker Rui Pinto.
Natural de Abraveses, Diogo Coelho – que criou e liderou a RaidForums, considerada uma das maiores comunidades de piratas informáticos do mundo – quer também Hacker de Viseu pode ser julgado nos EUA, mas advogados pedem que seja em Portugal.
O indivíduo – suspeito de vários crimes informáticos incluindo conspiração, fraude no acesso a dispositivos e roubo de identidade agravado – pede às autoridades portuguesas que não o abandonem, mas teme que estas fiquem de “braços cruzados”.
“Portugal ainda não fez nada e sinto que virou-me as costas”, disse Diogo Coelho, que pode vir a ser extraditado para os Estados Unidos após a justiça britânica ter aceitado o pedido das autoridades americanas. A defesa do jovem recorreu desta decisão.
Para que Diogo consiga regressar a Portugal, os seus advogados pediram às autoridades portuguesas que emitissem um mandado de detenção e investigassem os crimes de que Diogo é acusado pela justiça norte-americana.
Como muitos dos alegados crimes terão sido cometidos com recurso a um servidor informático alojado em Portugal, a defesa acredita que o jovem poderá ser julgado em território nacional. No entanto, o Ministério Público recusou o pedido inicial, alegando que não lhe competia investigar os crimes informáticos e que, como os alegados atos tiveram efeito nos Estados Unidos, este é o país competente para os julgar.
Mas a defesa não desistiu e fez uma reclamação à Procuradoria-Geral da República. Em Portugal, Diogo Coelho é apenas suspeito num processo-crime de branqueamento de capitais devido à sua atividade online.
A investigação acredita que Diogo fez muito dinheiro com a venda de dados roubados, uma atividade que terá começado quando tinha apenas 14 anos. A comunidade de hackers que criou terá facilitado a venda de mais de 10 mil milhões de dados roubados no valor de 400 milhões de euros, de acordo com a acusação.
Diagnosticado com autismo, Diogo Coelho foi O hacker de Viseu, que em Viseu ninguém conhece no Reino Unido quando tentava visitar a mãe. A sua condição foi usada pelos advogados para defendê-lo perante a justiça inglesa.
A defesa teme que a sua segurança seja colocada em causa em terras americanas, sendo este o principal argumento perante as justiças britânica e portuguesa para evitar a extradição para os EUA.
Diogo Santos Coelho viveu em Viseu até aos nove anos, quando a família se mudou para a Inglaterra. Tempos que recorda como difíceis, tendo sido vítima de bullying. Além das dificuldades na escola, também viveu o divórcio dos pais e o facto de a mãe ter sido diagnosticada com uma doença degenerativa. Diogo garante que só conseguia ultrapassar esses problemas quando estava conectado.
“Quando estou no computador, sinto-me mais relaxado e livre. Quando estou cá fora, é muito mais difícil mesmo para falar ou fazer amizades por causa da minha condição (autismo)”, contou.