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Mais de 1000 operacionais estavam, esta noite (de sexta para sábado) no terreno a combater as chamas nos incêndios que continuam ativos nos distritos de Viseu e Guarda.
Os incêndios que deflagraram em Sátão e Trancoso, e se uniram num único fogo, atingiram já um décimo primeiro município, Vila Nova de Foz Coa, mantendo três frentes ativas, e já arderam habitações em Aguiar da Beira.
“Com a entrada da noite houve alguma acalmia, daquilo que tem sido a intensidade que o incêndio tem gerado durante todo o dia. Mantêm-se três frentes ativas e, algumas zonas dessas frentes, mantêm intensidade e dificuldade em termos de combate”, esclareceu, cerca das 22h30, o segundo comandante regional do Centro, Jody Rato.
Jody Rato especificou que essas dificuldades têm a ver com “os acessos ou mesmo a extensão das frentes”, sendo que a estratégia do combate “tem sido privilegiar a proteção das pessoas e bens, como edificado”.
“Sempre que possível, e de acordo com a estratégia definida, vamos continuando a combater o incêndio, tentando ao máximo reduzir as zonas ativas para, gradualmente, conseguir dominar o incêndio”, acrescentou.
O comandante adiantou ainda que este incêndio, que se juntou nas últimas 24 horas aos fogos vindos de Sátão (distrito de Viseu) e Trancoso (distrito da Guarda), e que se alastrou a outros oito municípios, chegou a um décimo primeiro, a Vila Nova de Foz Coa (Guarda).
“A frente rodou, literalmente, e entrou em Vila Nova de Foz Coa e é nessa zona que o incêndio está mais ativo e é onde vamos privilegiar em termos de combate”, reconheceu o comandante.
Ainda assim, “há outras zonas que se mantêm ativas e que também estão a ser combatidas, até pela extensão que este incêndio alcançou”.
Jody Rato disse ainda que “há uma vítima mortal, mas não tem nada a ver com este incêndio, ou seja, não morreu por esse motivo, era um senhor com cerca de 70 anos, que sofria de patologia cardíaca, inclusive já tinha sido operado”.
“O senhor foi socorrido pela viatura médica que está ao nosso dispositivo, mas a razão da morte nada teve a ver com o incêndio, foi sim, socorrido pelos meios que estão no teatro de operações. Morreu hoje como podia ter morrido noutro dia”, esclareceu Jody Rato.
Relativamente às consequências do incêndio, Jody Rato acrescentou que “há já a confirmação de algumas residências de primeira habitação destruídas”, apesar de reconhecer que “ainda não há uma visão geral” dos prejuízos.
As residências arderam em Aguiar da Beira, distrito da Guarda.
Os incêndios mais significativos ocorriam no que teve início no Sátão e que depois de se encontrar com o de Trancoso (Guarda) estendeu-se aos municípios de Moimenta da Beira, Aguiar da Beira, Sernancelhe, Penedono e S. João da Pesqueira.
Apesar de alguma calmia ao final do dia, era espertada uma noite “em alerta” quer por parte das populações, quer dos operacionais e autoridades da proteção civil.
Durante o dia de sexta-feira foram vários os sobressaltos que atingiram dezenas de povoações. “Estivemos desde manhã até agora (21h30) a tentar combater os focos que se iam reacendendo junto das habitações. Só agora conseguimos que as chamas deixassem de ser a nossa companhia”, confessava ao Jornal do Centro um dos habitantes de Moimenta da Beira. Segundo a moradora, mesmo depois do incêndio quase ter sido dado como dominado, “de um momento para o outro já estava novamente perto das casas”.
Foi assim durante todo o dia nas muitas localidades entre Sátão e S. João da Pesqueira, num dia em que se registaram vários feridos, entre bombeiros e civis, e foi anunciada a morte de um ex-autarca num incêndio no concelho da Guarda.
Ainda no distrito de Viseu, os incêndios que lavaram há vários dias em Cinfães e Tabuaço estavam dados como concluídos e em resolução, respetivamente, mobilizando ainda quase 400 operacionais.
No ponto de situação na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide (Oeiras), pelas 19h00, o responsável operacional referiu que de 14 ocorrências em curso 10 eram as que mais preocupavam, mobilizando então 3.023 operacionais, 1.000 veículos e 26 meios aéreos.
Os 10 incêndios mais significativos ocorriam em Trancoso, nas Beiras e Serra da Estrela, Vila Boa, Sátão, em Viseu, Dão-Lafões, Piódão, Arganil, Travassos, em Cinfães, Candal, na Lousã, Tapada do Loureiro, em Portalegre, Pêra do Moço, na Guarda, Poiares, em Freixo de Espada à Cinta, Aldeia de Santo António, no Sabugal, e Vale Vicente, em Figueiró dos Vinhos.
“Estão ainda a empenhar um conjunto bastante significativo de operacionais 46 ocorrências, que se encontram em conclusão e vigilância, que empenham 1.060 operacionais, 329 veículos e nove meios aéreos”, adiantou Mário Silvestre.
Em termos de vítimas dos incêndios, até às 17h00 registaram-se dois operacionais assistidos e seis transportados para unidade hospitalar, dos quais um “ferido grave com queimaduras”, bem como 14 civis assistidos e dois encaminhados para unidade hospitalar.
Questionado sobre os meios aéreos disponibilizados pela Suécia, após a solicitação de auxílio português ao Mecanismo Europeu de Proteção Civil, o comandante operacional da ANEPC referiu que, “em princípio, o pedido inicial é de quatro dias”, a contar da sua “entrada em funcionamento”.
“Estamos a contar com eles para chegarem no domingo, tarde, e portanto a primeira missão será realizada, expectavelmente, se tudo correr como previsto, na segunda-feira de manhã”, acrescentou.
Em relação aos aviões ‘Canadair’ disponibilizados do Marrocos, o comandante nacional adiantou que o prolongamento da sua permanência “termina na segunda-feira à tarde” e que então se irá “equacionar” se haverá necessidade de novo “pedido de prolongamento”.
O estado de prontidão especial do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) mantém-se desde 11 de agosto no nível máximo de quatro, e encontram-se ativados os planos distritais de Emergência e Proteção Civil de Viseu e Coimbra, e os planos municipais de Trancoso, Oliveira do Hospital, Arganil, Aguiar da Beira, Sátão, Sernancelhe, Seia, Pampilhosa da Serra, Tábua e Góis.
Apesar das previsões e análises da ANEPC apontarem para que hoje “seria o pior dia em termos meteorológicos e de severidade”, Mário Silvestre admitiu que não contavam “ter um número de ocorrências” registadas.
A ANEPC, perante a declaração de situação de alerta em vigor, salientou para a proibição do acesso e circulação nos espaços florestais, de realização de queimadas e queimas e a suspensão das autorizações que tenham sido emitidas, de trabalhos nos espaços florestais com recurso a qualquer tipo de maquinaria, e de trabalhos nos demais espaços rurais, bem como da utilização de fogo de artifício ou outros artefactos pirotécnicos.