Inês Azevedo

25 de 07 de 2021, 08:29

Lifestyle

Carlos Rodrigues: o construtor Street Fighter fora de série

É um verdadeiro apaixonado pelo mundo do motociclismo. Desde muito cedo que acompanha feiras, eventos e shows de motas

street coiso

Foi nos anos 90 que Carlos Rodrigues, mortaguense e vidreiro de profissão descobriu o seu talento para a criação de motas com um estilo muito caraterístico, designado por Street Fighter. Naquilo que foi um acidente de mota levou ao que é hoje, distinguido como o melhor do mundo na categoria Street Fighter.

Resumo: Desde os anos 90 que Carlos Rodrigues cria e transforma motas, quer a nível mecânico, quer a nível estético
Mortágua Fighter é o nome escolhido por Carlos Rodrigues, uma junção do nome das suas origens com o seu registo de competição. Este é o protagonista das melhores motas Street Fighter do mundo.

Carlos Rodrigues é um verdadeiro apaixonado pelo mundo do motociclismo. Desde muito cedo que acompanha feiras, eventos e shows de motas. É no ano de 1993 que tira a carta de condução e compra as suas primeiras motas. “Nessa altura tive um acidente de mota. Foi aí que comecei a construir e a recuperar todas as peças da mota acidentada”, destaca Carlos, entre gargalhadas. Esta que foi uma situação, na altura, complicada, transformou-se rapidamente num hobbie e paixão.

Desde então, nunca mais parou de construir e de transformar motas, cada uma com as suas caraterísticas tão singulares. Desde a parte mecânica à sua decoração minuciosa.

“Desde os anos 90 que este mundo se desenvolveu” e Carlos apostou nos concursos das Bike Shows. Nesta época, os ingleses e alemães eram os principais praticantes desta arte, contudo, outros países rapidamente aliaram-se a este conceito.

Carlos Rodrigues perguntou a si mesmo: “Há possibilidades de fazer melhor. Eu consigo, porque não?”. E assim foi, a trabalhar para ser o melhor.

Mortágua Fighter 1, Mortágua Fighter 2, Mortágua Fighter 3, Infernal Chaos, Inlegal e Violent Accessed são os nomes dos “móveis da casa” de Carlos. “Já houve várias tentativas de negócio no decorrer destes últimos anos, nomeadamente de americanos, franceses e alemães. Já tive um senhor alemão que me queria comprar uma mota a todo o custo e eu neguei, porque não faz sentido. É a minha casa e eu não vou vender os móveis da minha casa para ficar com a casa vazia”, salienta o mortaguense. Independentemente do dinheiro em jogo, Carlos Rodrigues não vende as suas motas.

Estas que demoram dois anos a ficarem devidamente finalizadas. “O dinheiro não tem fundamento nenhum nestas coisas. Um projeto destes, desde o primeiro momento que se põe um motor em cima de uma banca e começa-se a construir a mota, leva sempre dois anos a fazer. Estamos dependentes também de uma indústria paralela para finalizar este projeto”, foca, ciente do trabalho e dedicação que isto implica. Depois de terminado o projeto final, avalia-se entre os 12 mil e os 15 mil euros.

Esta paixão de 21 anos ainda prevalece na vida de Carlos. “Foram todas feitas por mim. Eu gosto de ver as motas todos os dias, são a minha companhia”, enaltece, orgulhoso do que já conseguiu conquistar até hoje.
Anos e anos a trabalhar por detrás das cortinas. “Estive estes anos em cativeiro, a batalhar mesmo a sério para tudo isto acontecer”, remata. A pandemia travou a construção da sua nova mota, contudo, não tem “pressa”.
Carlos Rodrigues é um construtor Street Fighter fora de série e tem posicionado Mortágua ainda mais no mapa.