Prática da transumância começa com exposição em Castro Daire e percorre, depois, a Europa

O Museu Municipal de Castro Daire recebe a partir de 19 de junho a exposição internacional “Trilhos de Erva e Rocha – Formas de pastorícia itinerante na Europa”, que inclui a Rota da Transumância que volta a ser recriada nos dias 21 e 22 do mesmo mês.

A mostra promovida pela Binaural Nodar é inaugurada às 19h00 e resulta de uma investigação coletiva realizada por várias associações integradas em diversas zonas de montanha da Europa e que integram a Rede Tramontana, liderada pela Binaural.

O projeto, que pretende valorizar os fenómenos da transumância – inscrita desde 2019 na Lista Representativa do Património Cultural da Humanidade da UNESCO –, irá percorrer os países da Rede Tramontana até 2027 e conta com um convite para ser também apresentado em Trás-os-Montes.

Segundo Luís Costa, coordenador da Binaural e curador do projeto, a exposição vai incluir “conteúdos escritos, que ajudam a compreender o fenómeno da transumância a nível europeu, uma recolha fotográfica interpretada deste processo histórico em oito países (sete da Rede Tramontana e a Áustria), e ainda pequenos documentários em vídeo, distribuídos por quatro monitores, numa lógica de oeste para este”.

Além da transumância em Castro Daire, a exposição também retrata outras rotas em Espanha, nos Pirenéus (França), Itália, Áustria, Albânia, Polónia e Roménia. Os percursos podem ser descobertos através de um mapa em que vão estar assinalados os vários pontos das rotas.

Luís Costa diz ainda que esta exposição é uma forma de dar a conhecer o percurso ancestral dos rebanhos e pastores em direção à Serra do Montemuro.

“A exposição documental e multimédia permite enquadrar a última rota da transumância de Castro Daire num panorama mais vasto, a nível europeu, o que não retira valor à especificidade desta manifestação. Pelo contrário, coloca-a num contexto mais alargado, que pode gerar interesse junto de pessoas de outros países que queiram vir assistir à recriação”, realça. A pensar nisso, os conteúdos vão estar traduzidos em português, francês e inglês.

A exposição inclui depoimentos de pastores, recolhas paisagísticas ao longo do trajeto e entrevistas.

“Cada transumância é uma viagem, mas depois parte-se para outras viagens entre transumâncias e é isso que a exposição pretende evidenciar”, nota Luís Costa. A exposição também vai ser inaugurada a 22 de junho no Campus Transumância em Senales (Itália). Noutros países, a exposição vai ser traduzida em línguas como o italiano, o alemão e o occitano.