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Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco

 Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco - Jornal do Centro
12.05.22
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 Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco - Jornal do Centro

A gravidez é um processo fisiológico, vivenciado por muitos milhões de mulheres ao longo da história da humanidade. Mães fazem nascer um filho ou uma filha. Um dia, mais adiante, são eles que potencialmente recomeçam o ciclo como mães ou como pais. A gravidez não é, por isso, um estado de doença que necessite tratamento, mas sim uma nova situação (ser mãe, ser pai) e uma modificação fisiológica corporal e emocional (processo adaptativo da gravidez) que culmina num desfecho: o nascimento de uma ou mais crianças. A forma como se vivem estas transições e transformações é individual. Todas as gestações são diferentes, mesmo quando vividas pela mesma mulher, em diferentes circunstâncias ao longo do tempo. Assim, todos os profissionais que vigiam grávidas têm já a experiência da diversidade das perguntas, alegrias, tristezas, desconfortos e representações que nos são colocadas ao longo do tempo e que envolvem questões tão significativas, tanto individuais como sociais, de cuidador, responsabilidade, fertilidade, maternidade e parentalidade.

Os cuidados de saúde primários (CSP) são o primeiro nível de contacto com o sistema nacional de saúde para estas mulheres/famílias/comunidade, trazendo os cuidados de saúde tão próximo quanto possível para os locais onde as pessoas vivem e trabalham. A prática da enfermagem de saúde materna é um dos pilares fundamentais dos cuidados de saúde primários.
Ao longo do século XX foi possível demonstrar que a acessibilidade aos cuidados especializados na gravidez, no parto e pós-parto, assim como o planeamento da gravidez, diminuiu drasticamente a morbilidade e mortalidade maternas, fetais e infantis. Ao longo do tempo tem-se assistido a um avanço na qualidade da vigilância pré-natal e neonatal prestada à grávida e ao recém-nascido. Na atualidade, a prestação de cuidados materno-infantis só pode ser entendida como um processo assistencial contínuo.
Em qualquer sistema de saúde, o papel dos enfermeiros ESMO tem um lugar de destaque na promoção da saúde, na prevenção da doença, nos cuidados de bem-estar físico e mental à mulher inserida numa determinada família/comunidade.

A missão dos ESMO consiste em liderar as sociedades no sentido de incrementar uma saúde melhor cujo foco de atenção são os projetos de saúde de cada mulher no âmbito do planeamento familiar, saúde sexual e reprodutiva e climatério.
A Promoção da Saúde é um conceito que tem vindo a assumir grande importância na era atual. Tem como objetivo principal autonomizar os indivíduos a controlarem a sua saúde, bem como garantir a melhoria da saúde publica e das comunidades.
O enfermeiro especialista em enfermagem de saúde materna e obstetrícia nos cuidados de saúde primários possui uma intervenção especializada com competência nos domínios da responsabilidade profissional, ética e legal, melhoria contínua da qualidade, gestão dos cuidados e desenvolvimento das aprendizagens profissionais, garantindo sempre o respeito e a sensibilidade com o trinómio mulher-criança-casal.
A atuação dos enfermeiros ESMO evoluiu ao longo dos anos, e a cada dia edifica-se através de publicações científicas que contribuem para o crescimento e melhoria da assistência prestada às mulheres, nas áreas: sexual, reprodutiva, gravidez, parto, pós-parto, climatério e menopausa, através de uma prática segura e versátil para atuação do ESMO no cuidado completo à saúde da mulher de forma holística, inserida na família e comunidade.

O ESMO traz na sua formação o enfoque preventivo que permeia a assistência à grávida, à parturiente, à puérpera e ao recém-nascido (OE, 2011). Alguns autores referem a vigilância da grávida de baixo risco como um importante elemento na satisfação da mesma, com enfoque na melhoria da comunicação e no fortalecimento do vínculo terapêutico entre o profissional e a mulher, proporcionando autoconfiança no processo de cuidado e um ambiente favorável e acolhedor ao longo da assistência, otimizando a eficácia dos resultados. Ao realizar as consultas de vigilância da gravidez, o ESMO estabelece um laço de confiança com a mulher e a família (OE, 2011)
Segundo a OE (2015) o ESMO atua em parceria com a mulher, respeitando a sua singularidade, com foco no seu empoderamento, para que realize escolhas conscientes e informadas, permitindo-lhe autonomia no cuidar de si e do bebé. É objetivo do ESMO é garantir a satisfação da mulher, da grávida, prevenir complicações, facilitar a formação do vínculo parental, respeitando os valores culturais e crenças, estabelecendo condições fundamentais na excelência de cuidados de forma atualizada e contínua, mantendo a responsabilidade ética e deontológica, zelando pela excelência, melhoria da qualidade e gestão dos cuidados prestados, com autonomia.

O ESMO assume a responsabilidade pelo exercício das áreas de atividade de intervenção assistência à grávida/ casal a vivenciar processos de saúde/doença, no sentido de promover a saúde sexual e reprodutiva e prevenir processos de doença. Assume no seu exercício profissional intervenções autónomas em todas as situações de baixo risco, entendidas como aquelas em que estão envolvidos processos fisiológicos e processos de vida normais no ciclo reprodutivo da mulher, bem como, intervenções autónomas e interdependentes em todas as situações de médio e alto risco, entendidas como aquelas em que estão envolvidos processos patológicos e processos de vida disfuncionais no ciclo reprodutivo da mulher (Ordem dos Enfermeiros, 2019).
A importância do ESMO na vigilância da gravidez de baixo risco constitui uma necessidade cada vez mais evidente, mediante a tendência de normalização do parto e da diminuição do tempo de permanência da mulher e do bebé no hospital. No entanto, configura-se num desafio não somente pelo número de profissionais disponíveis, mas, também pela dificuldade de investimento na contratação de capital humano, nomeadamente ESMO para integrar as equipas de saúde da família e apoio logísticos.

Estes profissionais desempenham um papel importante no campo da educação para a saúde, pela sua formação, experiência e competência diferenciada em diversas dimensões dos cuidados de Saúde. Para além da atribuição de competências técnicas, na equipa de saúde as enfermeiras são as profissionais melhor posicionadas na relação de proximidade face ao utente, necessária para o sucesso da educação para a saúde.

Da experiência profissional como enfermeiras ESMO e da reflexão sobre as práticas de educação para a saúde durante a vigilância d gravidez de baixo risco, constata-se que durante a gravidez a mulher está motivada para a aprendizagem e adoção de comportamentos considerados benéficos para a saúde do recém-nascido, trazendo benefícios, não só para a mulher grávida/ casal/ família, mas também para a comunidade, na medida em que é durante a gravidez e o parto que se decide muito da qualidade do futuro desenvolvimento intelectual e físico da criança. Esses enunciados levam-nos a concluir que o impacto da intervenção educativa efetuada durante a vigilância da gravidez de baixo risco repercute-se não só na saúde da mulher e da criança, mas interfere na promoção da saúde das populações.

O Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco parte do conceito de gravidez como uma oportunidade para promover um futuro mais saudável da população desde o início do ciclo de vida. Nesse sentido, dá igualmente enfase à avaliação do bem-estar emocional da mulher, da criança e da família. Além dos temas usuais quando se fala em gravidez, como preparação para o parto, parentalidade e aleitamento materno. Neste Programa são abordados temas como alimentação, atividade física, saúde oral, sexualidade durante a gravidez, tabagismo, álcool e substâncias psicoativas e segurança rodoviária, entre outros.

Paula Silva e Isabel Martins

Enfermeiras Especialistas de Saúde Materna e Obstétrica
USF Viseu Cidade
USF Infante D. Henrique

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