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Por volta das 21h15 de sábado, 7 de junho, começava a 27ª edição do Desfile Nacional do Traje Português no Campo de Viriato, em Viseu. Cerca de 1100 representantes de grupos folclóricos de todas as regiões de Portugal continental, da Madeira e até da diáspora, oriunda de países como Andorra e França, participaram no evento, que estava inicialmente previsto para setembro do ano passado, mas foi adiado devido aos incêndios na região.
O desfile teve início após os discursos oficiais, com destaque para a intervenção do presidente da Federação do Folclore Português, Daniel Café, que sublinhou a dimensão simbólica do traje tradicional. “De todos os elementos identitários que caracterizam a cultura popular e tradicional dos portugueses, aquela em que mais podemos ver as diferenças culturais, identitárias (…), espera-se no traje tradicional e popular”, referiu.
O responsável destacou ainda que “temos a possibilidade de ver essas diferenças, a diferença transversal de norte a sul do nosso país, daquilo que nos distingue identitariamente e culturalmente uns dos outros, deste grande mosaico cultural que é Portugal”.
No mesmo momento, referiu-se a Viseu como “a capital do folclore português” naquela noite, saudando o esforço dos participantes: “Cumprimento também todos os folcloristas portugueses que hoje fizeram centenas e alguns até milhares de quilómetros”.
O evento reuniu grupos com trajes característicos das respetivas regiões, cada um com uma temática própria. Desde crianças até idosos, calçados ou descalços, o desfile contou até com a presença de animais. Um dos exemplos foi o grupo de pastores da Serra da Estrela, acompanhado por cães da raça Serra da Estrela e uma cabra, que representa o modo de vida da montanha.
A organização fez questão de destacar o envolvimento de voluntários: “Há que referir o trabalho, o planeamento e a organização da Federação do Folclore Português, dos seus conselhos técnicos regionais, mas também e principalmente dos coordenadores dos diversos quadros e temáticas, que envolveram cerca de cinco dezenas de voluntários”.
Durante a cerimónia foi entregue a bandeira da Federação à Câmara Municipal de Esposende, que vai acolher a 28.ª edição do desfile em 2026. Daniel Café afirmou: “Senhor vereador, tenho a honra e o grato prazer de lhe entregar em mãos a bandeira da Federação de Folclore Português, a passar este testemunho de Viseu para Esposende”.
Em resposta, o vereador da Cultura da Câmara Municipal de Esposende, Mário Rui Pereira, agradeceu: “É com profundo sentido de honra e responsabilidade que Esposende recebe hoje o testemunho simbólico da organização do próximo Desfile Nacional do Traje Popular Português (…) Este desfile é, sem dúvida, mais do que um evento. Foi e será uma afirmação da pertença, da memória e do futuro”.
O presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, anfitrião do desfile por uma noite, considera que “o município que co-realiza o evento deve estar de portas franqueadas à colaboração”.
O autarca reforçou a importância da continuidade do trabalho: “Passamos este testemunho com todo gosto e desejar-lhe as maiores felicidades. Seguramente, se cada um dos municípios fizer melhor que o anterior, o folclore só tem a ganhar e é isso mesmo que pretendemos”.
José Manuel da Costa Soares, presidente da Fundação INATEL, marcou presença e aproveitou para lembrar que a fundação celebra 90 anos na próxima sexta-feira, 13 de junho.
A vereadora da Cultura de Viseu, Leonor Barata, numa conferência de imprensa de apresentação dos eventos de junho, classificou o desfile como uma “parceria” que enche Viseu de “orgulho” e recordou a tradição do concelho “em termos etnográficos e de cultura tradicional e popular”.
No desfile participaram cerca de 1.100 representantes de diversos grupos folclóricos, a nível nacional, “transportando-nos através dos seus trajes e utensílios para uma vivência de mais de um século”.
A noite terminou com a cidade de Viseu projetada como palco nacional do folclore e com o testemunho já entregue a Esposende.