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Viticultores do Douro preocupados com mais uma vindima mobilizam-se para a luta

Manifestação acontece esta quarta-feira em Peso da Régua. Viticultores preocupados com o escoamento e o preço das uvas e com possível corte na produção de vinho do Porto

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 Viticultores do Douro preocupados com mais uma vindima mobilizam-se para a luta - Jornal do Centro
30.06.25
fotografia: Jornal do Centro
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 Viticultores do Douro preocupados com mais uma vindima mobilizam-se para a luta - Jornal do Centro
30.06.25
Fotografia: Jornal do Centro
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 Viticultores do Douro preocupados com mais uma vindima mobilizam-se para a luta - Jornal do Centro

A poucas semanas da vindima, viticultores do Douro – região demarcada que abrange boa parte do norte do distrito de Viseu – estão preocupados com o escoamento e o preço das uvas, um possível corte na produção de vinho do Porto, o aumento das despesas e a falta de mão-de-obra.

E é para chamar a atenção para as dificuldades que se agravam de ano para ano na Região Demarcada do Douro que se estão a mobilizar para uma manifestação marcada para quarta-feira (2 de julho), no Peso da Régua, distrito de Vila Real.

A dirigente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Berta Santos, tem percorrido o Douro a distribuir panfletos e a apelar à participação.

“A situação que se vive na região é preocupante e, ou se faz alguma coisa pelo pequeno e médio produtor, ou vamos, a curto, ver parte da região deixada ao abandono”, afirmou à agência Lusa.

Esta segunda-feira, passou a manhã na feira e nas ruas de Armamar e, segundo disse, é cada vez mais difícil para os agricultores continuarem a trabalhar a terra.

O apelo é para a participação “em força” para chamar a atenção do Governo.

Uma das revindicações é a manutenção do benefício na vindima de 2025. O benefício, que é a quantidade de mosto que cada produtor pode destinar à produção de vinho do Porto, foi de 90 mil pipas (550 litros cada) em 2024 e 104 mil em 2023.

“Não aceitamos cortes porque o benefício é aquilo que faz sobreviver o pequeno e médio produtor nesta região. Queremos melhores preços para as uvas, porque os custos de produção são enormes”, elencou Berta Santos.

O Douro pode enfrentar a terceira vindima consecutiva com dificuldades em escoar a produção, havendo, segundo a dirigente, empresas e cooperativas que já avisaram que só vão comprar as uvas destinadas ao benefício.

“O que é que os viticultores vão fazer às restantes uvas?”, questionou.

Aos 80 anos, Celeste Marques faz questão de manter a vinha herdada pelos pais em Lamego, mas diz que é cada vez mais difícil.

“Vão acabar por ficar todas a monte porque não há condições, nem há pessoal e os produtos que se botam à vinha são caríssimos”, afirmou, referindo que, nos dois hectares, prevê colher menos uvas do que no ano passado, em consequência das doenças que afetaram as videiras. No ano passado colheu 12 pipas de vinho, cinco de benefício.

A sua produção é entregue numa adega e, apesar de se queixar dos preços baixos, salienta que a cooperativa “paga certinho”. Para este ano, disse que já foi avisada que só vão ficar com as uvas para o benefício, porque a adega alega ter os ‘stocks’ cheios.

Manuel Figueiredo, de 61 anos e viticultor em Armamar, descreve a situação dos produtores como “complicadíssima”.

“E se cortarem ainda mais no benefício eu não sei o que vai acontecer ao agricultor. As uvas já não dão para pagar as despesas que são cada vez mais”, salientou, alertando que o Douro “não vai viver só do turismo, porque se não houver vinhas os turistas também não vêm”.

Na quarta-feira vai estar na manifestação para chamar a atenção para “o mal que está no Douro”.

Manuel Figueiredo tem três hectares de vinha, onde colheu quatro pipas de benefício em 2024, mas já teve 12. De consumo teve 10 pipas e conseguiu vender para uma “empresa que aceitou as uvas”, comprando a pipa de vinho do Porto a mil euros e a de consumo a 500 euros.

“Deus queira que este ano se mantenha”, salientou.

Contabiliza já cinco tratamentos à vinha por causa do tempo instável sentido na primavera, apontando os custos cada vez maiores dos produtos.

Joaquim Carvalheira, de 70 anos, elogiou a empresa com que trabalha, que lhe fica com as uvas todas e que paga bem, e referiu que o trabalho na vinha é feito com a ajuda do filho, porque, se tivesse que contratar, já não dava para as receitas. Este ano prevê colher menos uvas e também já fez cinco tratamentos às videiras.

António Lareiro, de 71 anos, tem uma vinha pequena e disse que “há três anos que não recebe” pela produção que entregou numa adega da região.

“Se fosse a viver daquilo já tinha abandonado. A vinha é pequenina, o prejuízo não é grande, mas é prejuízo”, referiu.

Acácio Correia, de 67 anos, arrancou a vinha que tinha no concelho de Armamar e plantou macieiras e cerejeiras.

“Se ela não dá, tem que se arrancar, andar a trabalhar para os outros não merece a pena”, afirmou, referindo que só deixou alguns valados para consumo próprio e que o rendimento que tirava da vinha não dava para pagar as despesas.

O agricultor disse que optou pelas maçãs e cerejas porque “esgota o produto”.

A manifestação visa reclamar ainda a proibição da compra de uvas abaixo dos custos de produção, uma prioridade à aguardente regional na produção de vinho do Porto, mais fiscalização na entrada de mostos e vinhos oriundos de fora da região e a compra, pelo Estado, de ‘stocks’ excedentários das adegas cooperativas.

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