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Joaquim Alexandre Rodrigues
1. Desta vez, decidi fazer como a maior parte dos eleitores, segui as eleições a partir das redes sociais, isto é, dei preferência e precedência às publicações no Facebook e no X sobre os debates, os cozinhados das listas, as campanhas, as sondagens, as idas às feiras, as arruadas.
Por causa disso, não perdi grande tempo com o “refluxo esofágico” do líder do Chega, bastou-me a descrição brilhante que um amigo fez no Facebook:
“Marimbando-se para a enorme responsabilidade social que têm, as Televisões, na sua generalidade, correram esbaforidas atrás das ambulâncias onde seguia um alegadamente bicombalido cidadão a caminho de um hospital público.
Se achei estranha esta correria?
— Não, pois o meu cão fazia o mesmo!”
Os nossos repórteres televisivos agora são mesmo isso: cãezinhos de Pavlov arfantes, em busca de audiências. Esta desgraça não é uma originalidade nossa e começou nos EUA quando a informação (information) se transformou em infoentretenimento (infotainment), quando as notícias, em vez de descreverem a vida real das pessoas, passaram a ser abstractas, em vez de serem factuais passaram a ser opinativas e emotivas. Antes de entrar na política, Trump não saía das televisões. As suas provocações eram uma mina para as audiências. “Donald Trump não é bom para a América, mas é bom para a CBS”, confessou uma vez o presidente da dita. Viu-se.
2. Os nossos emigrantes na Europa deram 71.990 votos ao Chega (28,20 % — 1 deputado),
37.406 votos à AD (14,65 % — 1 deputado) e 34.574 votos ao PS (13,54 % — 0 deputados). Isto é, foi por um triz que o Chega não abarbatou os dois deputados daquele círculo eleitoral.
Conhecidos estes números, as redes sociais domésticas ferveram de indignação perante o facto de os nossos compatriotas emigrantes terem votado em massa num partido anti-migração. Porque terá sido? Um meu amigo do Facebook, que vive há muito tempo na Bélgica, deu a seguinte explicação para aquele voto da nossa diáspora:
“Eu votei AD, apesar de odiar o PSD e o CDS, para evitar isto, mas a verdade é que eu percebo de onde isto vem.
Quem vive na Europa do Norte percebe os erros das políticas migratórias europeias, e não queremos o nosso país transformado na esterqueira em que vivemos (e, sinceramente, ir a Portugal já não é a lufada de ar fresco de liberdade que era há 10 anos, tem o mesmo fedor a decadência e ocupação colonial que se sente no resto da Europa Ocidental).”
Este nosso emigrante na Bélgica votou na AD para que o Chega não levasse os deputados todos. Optou pelo “mal menor”. O mesmo poderá acontecer a muitos eleitores de esquerda se houver segunda volta nas presidenciais e tiverem de escolher entre o Almirante e Marques Mendes.
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Vítor Santos
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Filipe André
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Fernando Marques Pereira
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Joaquim Alexandre Rodrigues