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Home » Notícias » Concelho » Tondela » A antiga estação ferroviária de Viseu: quando o comboio era rei e o alcatrão apenas uma miragem

A antiga estação ferroviária de Viseu: quando o comboio era rei e o alcatrão apenas uma miragem

As antigas linhas ferroviárias do Dão e do Vouga, que convergiam na Estação Ferroviária de Viseu, funcionam atualmente como as ecopistas do Dão e do Vouga

Diogo Paredes | diogo.paredes@jornaldocentro.pt
 A antiga estação ferroviária de Viseu: quando o comboio era rei e o alcatrão apenas uma miragem - Jornal do Centro
07.06.25
fotografia: Jornal do Centro
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 A antiga estação ferroviária de Viseu: quando o comboio era rei e o alcatrão apenas uma miragem - Jornal do Centro
07.06.25
Fotografia: Jornal do Centro
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 A antiga estação ferroviária de Viseu: quando o comboio era rei e o alcatrão apenas uma miragem - Jornal do Centro

Rúbrica Semanal “Histórias que se Contam”

A história da antiga estação ferroviária de Viseu é, ao mesmo tempo, um reflexo do desenvolvimento urbano e social da cidade e um testemunho da importância da ferrovia em Portugal durante o século XIX e boa parte do século XX.

Inaugurada a 25 de novembro de 1890, a estação fazia parte da chamada Linha do Dão, que ligava Santa Comba Dão a Viseu, aproximando esta cidade do interior do país das grandes redes ferroviárias nacionais. Numa época em que as estradas eram precárias e o transporte por via terrestre lento e difícil, o comboio significava progresso, ligação e oportunidade.

O final do século XIX foi marcado em Portugal pela expansão da rede ferroviária, com o objetivo de estimular a economia local e integrar melhor as regiões. Viseu, na altura uma capital de distrito com uma forte tradição agrícola e artesanal, beneficiou diretamente dessa política. A estação ferroviária assumiu-se então como uma porta aberta ao exterior, permitindo a chegada de mercadorias e o escoamento dos produtos locais, sobretudo o vinho, os cereais e outros bens agrícolas. Para os viseenses, o comboio era também o meio mais rápido e seguro de viajar para outras regiões, especialmente numa época várias décadas antes dos itinerários principais como o IP3 e o IP5, quanto mais de autoestradas como a A24 e a A25.

Durante as primeiras décadas do século XX, especialmente entre 1900 e 1930, a estação viveu o seu apogeu. O comboio era o principal meio de transporte para estudantes, comerciantes e famílias, que podiam finalmente deslocar-se com maior facilidade e conforto. Em particular, nos anos da Primeira República e durante o Estado Novo, a ferrovia continuou a ser um investimento estratégico do Estado para garantir coesão territorial.

A arquitetura da estação, típica das construções ferroviárias da época, combinava funcionalidade e um certo charme clássico, refletindo o prestígio que o comboio tinha para a cidade. O edifício, com a sua plataforma coberta, bilheteiras, salas de espera e cais de carga, era um ponto de encontro para a comunidade local. Nas suas imediações, cresceu também alguma atividade comercial ligada ao movimento de passageiros e mercadorias.

Contudo, a partir da década de 1950, a situação começou a mudar. O avanço dos transportes rodoviários, o aumento da propriedade automóvel e o melhoramento das estradas alteraram os hábitos de deslocação dos portugueses. O comboio começou a perder terreno para o automóvel e para os autocarros, que ofereciam maior flexibilidade e rapidez em muitas rotas.

Na segunda metade do século XX, a estação de Viseu sentiu essas transformações. O número de passageiros diminuía e a manutenção da linha tornou-se mais dispendiosa e menos rentável. Embora a Linha do Dão continuasse a operar, a sua importância estratégica e económica ia diminuindo perante o a expansão do alcatrão.

Em 25 de setembro de 1988, foi suspenso oficialmente o serviço de passageiros da Linha do Dão, uma decisão que simbolizou o fim de uma era para Viseu. A estação deixou de receber viajantes e entrou em desuso. Pouco depois, em 1990, a estação fechou definitivamente as suas portas.

O edifício, entretanto, caiu em ruína e, apesar do valor histórico e cultural que representava para a cidade, acabou por ser demolido em 1994. Essa demolição marcou o fim físico da estação, mas não apagou a sua importância na memória local.

Hoje, o que permanece visível é a antiga torre de água da estação, um marco da engenharia ferroviária da época, que se mantém como testemunho silencioso daquele passado junto da Rotunda Cibernética. O debate sobre a ligação ferroviária a Viseu continua ativo, com vários pedidos e propostas para a construção de uma nova linha que volte a integrar a cidade na rede nacional. Esta questão permanece central para o desenvolvimento regional e para as expectativas de mobilidade sustentável no futuro.

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