bombeiros canas
Foto Press_128_inaugura+º+úo canas
Linha da Beira Alta comboio Mangualde passageiros 6
janela casa edifício fundo ambiental
casas habitação aluguer comprar
WhatsApp Image 2025-05-28 at 115107

Começamos esta nova temporada onde a água é quente, as histórias são…

29.07.25

Prepare-se para novas viagens cheias de encanto, memórias e segredos bem guardados….

25.07.25

Rimas Sociais, um podcast que dá voz às causas sociais urgentes através…

09.07.25
antónio vilarigues cdu penalva do castelo autárquicas 2025 web
jorge caetando resende
ângela bartolo cdu sátão autárquicas 2025
Beautiful woman is resting on white bed
vencedor concurso vinhos dão 2025
trilho varzielas ofrades caramulo
Home » Notícias » Concelho » Tondela » A antiga estação ferroviária de Viseu: quando o comboio era rei e o alcatrão apenas uma miragem

A antiga estação ferroviária de Viseu: quando o comboio era rei e o alcatrão apenas uma miragem

As antigas linhas ferroviárias do Dão e do Vouga, que convergiam na Estação Ferroviária de Viseu, funcionam atualmente como as ecopistas do Dão e do Vouga

Diogo Paredes | diogo.paredes@jornaldocentro.pt
 A antiga estação ferroviária de Viseu: quando o comboio era rei e o alcatrão apenas uma miragem - Jornal do Centro
07.06.25
fotografia: Jornal do Centro
partilhar
 A antiga estação ferroviária de Viseu: quando o comboio era rei e o alcatrão apenas uma miragem - Jornal do Centro
07.06.25
Fotografia: Jornal do Centro
pub
 A antiga estação ferroviária de Viseu: quando o comboio era rei e o alcatrão apenas uma miragem - Jornal do Centro

Rúbrica Semanal “Histórias que se Contam”

A história da antiga estação ferroviária de Viseu é, ao mesmo tempo, um reflexo do desenvolvimento urbano e social da cidade e um testemunho da importância da ferrovia em Portugal durante o século XIX e boa parte do século XX.

Inaugurada a 25 de novembro de 1890, a estação fazia parte da chamada Linha do Dão, que ligava Santa Comba Dão a Viseu, aproximando esta cidade do interior do país das grandes redes ferroviárias nacionais. Numa época em que as estradas eram precárias e o transporte por via terrestre lento e difícil, o comboio significava progresso, ligação e oportunidade.

O final do século XIX foi marcado em Portugal pela expansão da rede ferroviária, com o objetivo de estimular a economia local e integrar melhor as regiões. Viseu, na altura uma capital de distrito com uma forte tradição agrícola e artesanal, beneficiou diretamente dessa política. A estação ferroviária assumiu-se então como uma porta aberta ao exterior, permitindo a chegada de mercadorias e o escoamento dos produtos locais, sobretudo o vinho, os cereais e outros bens agrícolas. Para os viseenses, o comboio era também o meio mais rápido e seguro de viajar para outras regiões, especialmente numa época várias décadas antes dos itinerários principais como o IP3 e o IP5, quanto mais de autoestradas como a A24 e a A25.

Durante as primeiras décadas do século XX, especialmente entre 1900 e 1930, a estação viveu o seu apogeu. O comboio era o principal meio de transporte para estudantes, comerciantes e famílias, que podiam finalmente deslocar-se com maior facilidade e conforto. Em particular, nos anos da Primeira República e durante o Estado Novo, a ferrovia continuou a ser um investimento estratégico do Estado para garantir coesão territorial.

A arquitetura da estação, típica das construções ferroviárias da época, combinava funcionalidade e um certo charme clássico, refletindo o prestígio que o comboio tinha para a cidade. O edifício, com a sua plataforma coberta, bilheteiras, salas de espera e cais de carga, era um ponto de encontro para a comunidade local. Nas suas imediações, cresceu também alguma atividade comercial ligada ao movimento de passageiros e mercadorias.

Contudo, a partir da década de 1950, a situação começou a mudar. O avanço dos transportes rodoviários, o aumento da propriedade automóvel e o melhoramento das estradas alteraram os hábitos de deslocação dos portugueses. O comboio começou a perder terreno para o automóvel e para os autocarros, que ofereciam maior flexibilidade e rapidez em muitas rotas.

Na segunda metade do século XX, a estação de Viseu sentiu essas transformações. O número de passageiros diminuía e a manutenção da linha tornou-se mais dispendiosa e menos rentável. Embora a Linha do Dão continuasse a operar, a sua importância estratégica e económica ia diminuindo perante o a expansão do alcatrão.

Em 25 de setembro de 1988, foi suspenso oficialmente o serviço de passageiros da Linha do Dão, uma decisão que simbolizou o fim de uma era para Viseu. A estação deixou de receber viajantes e entrou em desuso. Pouco depois, em 1990, a estação fechou definitivamente as suas portas.

O edifício, entretanto, caiu em ruína e, apesar do valor histórico e cultural que representava para a cidade, acabou por ser demolido em 1994. Essa demolição marcou o fim físico da estação, mas não apagou a sua importância na memória local.

Hoje, o que permanece visível é a antiga torre de água da estação, um marco da engenharia ferroviária da época, que se mantém como testemunho silencioso daquele passado junto da Rotunda Cibernética. O debate sobre a ligação ferroviária a Viseu continua ativo, com vários pedidos e propostas para a construção de uma nova linha que volte a integrar a cidade na rede nacional. Esta questão permanece central para o desenvolvimento regional e para as expectativas de mobilidade sustentável no futuro.

pub
 A antiga estação ferroviária de Viseu: quando o comboio era rei e o alcatrão apenas uma miragem - Jornal do Centro

Outras notícias

pub
 A antiga estação ferroviária de Viseu: quando o comboio era rei e o alcatrão apenas uma miragem - Jornal do Centro

Notícias relacionadas

Procurar