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Para os amantes da natureza, das aventuras em bicicleta e da descoberta de territórios autênticos, há um percurso em Portugal que se destaca pela beleza: a Grande Travessia BTT das Montanhas Mágicas. Esta é a rota de eleição para quem deseja conhecer os seus limites, um segredo bem guardado para os amantes de BTT. Nela encontrará inúmeros locais de contemplação, onde poderá repousar a vista e escutar o som das montanhas, onde cada vale esconde um segredo e cada aldeia uma tradição.
Com um traçado circular de 280 quilómetros, esta travessia está dividida em 8 etapas, oferecendo aos participantes a oportunidade de pedalar por alguns dos mais deslumbrantes cenários naturais do país. O percurso coincide, na sua maioria, com a Grande Rota Pedestre da região, existindo apenas alguns desvios específicos para BTT. Em cada ponto de início e final de etapa, os visitantes encontram painéis informativos que apresentam os dois percursos, facilitando a orientação e o planeamento de cada jornada.
O itinerário está totalmente sinalizado de acordo com o regulamento da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), garantindo segurança e tranquilidade aos ciclistas, seja em passeios autónomos ou em desafios organizados.
O início da rota é em Santo Adrião (Arouca), passando por localidades como Gralheira ou Fraguinha (Castro Daire) e Felgueira (Sever do Vouga).
É na vila de Arouca que, oficialmente, começa a aventura da Grande Rota das Montanhas Mágicas. Após uma visita ao Centro Histórico, onde se ergue imponente o Mosteiro de Arouca, o percurso leva-o até ao Monte da Senhora da Mó, geossítio do Arouca Geoparque Mundial da UNESCO e ponto de interesse da Rota da Água e da Pedra (RAP) das Montanhas Mágicas. Ao longo de todo o percurso, até ao Monte de Santo Adrião, desfrutará de amplas vistas sobre os vales de Arouca e do rio Paiva.
Já visitar Cinfães é (re)descobrir um território com cerca de cinco milénios de história, recuando aos tempos da ocupação pré-celta. É (re)encontrar sóbrios, robustos e valiosos templos românicos, que perduraram até aos nossos dias. É recordar a fundação multisecular e a relevância histórica de Cinfães, que envolvem personalidades como D. Egas Moniz, D. Afonso Henriques e o General Alexandre Serpa Pinto, distinto explorador do continente africano. A partir deste local, poderá seguir no sentido sugerido pela GR60, em direção à aldeia da Gralheira, na parte mais alta da serra do Montemuro, passando pelo Centro de Interpretação Ambiental do Vale do Bestança e pelas Aldeias de Portugal® de Boassas e Vale de Papas. Pequenos desvios ao trilho da GR60 permitirão descobrir interessantes panorâmicas sobre o Douro, como é o caso do Miradouro de Teixeirô, ou visitar o cais de Porto Antigo, um lugar mágico com um maravilhoso espelho de água.
A aldeia da Gralheira é a mais alta da serra do Montemuro e uma das mais altas de Portugal, encontrando-se a cerca de 1.152m de altitude. No seu núcleo mais antigo sobressaem as casas de granito, com paredes largas, mantendo algumas delas, a primitiva cobertura de colmo. Aqui pode visitar-se o Centro Interpretativo da Gralheira – Casa do Ribeirinho – um espaço que serve de museu e de local para a realização de atividades ligadas ao cultivo do milho, fumeiro, produção de pão, vestuário e artesanato local, dispondo ainda, de visitas guiadas para grupos. A gastronomia de montanha, baseada em pratos como o cabrito e vitela assados em forno a lenha, o cozido à portuguesa ou à moda da aldeia, e o arroz de salpicão, é um dos seus maiores atrativos.
Capital portuguesa do mirtilo, Sever do Vouga é, também, um município amplamente reconhecido pelos seus notáveis recursos naturais e histórico-culturais. Abrangendo uma área muito significativa da serra do Arestal e do vale do rio Vouga, o município possui algumas das mais interessantes cascatas do país, bem como inúmeras linhas de água com ótimas condições para a prática de desportos de natureza e aventura. A Ecopista do Vouga, a Ponte do Poço de S. Tiago, os miradouros sobre a costa atlântica, e o rico e preservado património megalítico, constituem alguns dos seus principais atrativos. Seja qual for a direção que tomar (a partir do centro de Sever do Vouga) aproveite para fazer uma visita ao Parque Municipal, ao Museu Municipal e à Casa do Artesão. Pelo caminho encontrará motivos de sobra para se desviar um pouco da GR60 e contemplar majestosas cascatas, ruínas de antigas explorações mineiras, parques de lazer, miradouros e monumentos megalíticos.
A Grande Travessia das Montanhas Mágicas atravessa um território de exceção, abrangendo quatro Zonas Especiais de Conservação da Rede Natura 2000 e um Geoparque Mundial da UNESCO. Ao longo do caminho, a natureza revela-se em todo o seu esplendor: montanhas imponentes, vales profundos, rios cristalinos, florestas verdejantes, uma biodiversidade rica e uma impressionante geodiversidade.
Mas os encantos deste percurso não se resumem à paisagem. As aldeias tradicionais, os monumentos históricos, as lendas ancestrais, o artesanato local e a gastronomia convidam a uma viagem no tempo e nas tradições de uma região que sabe bem receber.