Autárquicas: Candidato do CDS-PP quer tradição e inovação no centro histórico de Viseu

O candidato do CDS-PP à presidência da Câmara de Viseu, Hélder Amaral, prometeu tomar medidas para que o centro histórico mantenha as suas “lojas históricas”, mas também atraia negócios inovadores.

No final de um percurso por várias ruas, Hélder Amaral disse que, “de cada vez que fecha uma loja histórica, seja um comércio normal ou restaurante, não fecha só um negócio de dezenas de anos, fecha património cultural”.

Neste âmbito, pretende criar apoios para que as lojas e os restaurantes mais antigos consigam permanecer abertos nas ruas onde sempre estiveram, até porque, “nesse tipo de negócio, o local faz parte da marca”.

Segundo o candidato, a ideia é apoiar todo o tipo de lojas, quer “para manter aquela que é a velha imagem do comércio de Viseu”, quer “para permitir que outros comércios modernos”, como os da comunidade brasileira, se instalem.

“Acho que, com moderação e cuidado, podemos manter o que é tradicional, transformar essa tradição num cartaz turístico, e, ao mesmo tempo, inovar. Outras cidades o fizeram, é preciso é ter uma estratégia”, frisou Hélder Amaral, que escolheu uma loja vazia da Rua Direita para sede de campanha.

A isenção total de taxas municipais, a disponibilização de lojas que são propriedade da Câmara cobrando “rendas reduzidas ou até isentando de rendas” e a deslocalização de mais serviços municipais são medidas que defende para revitalizar esta zona da cidade.

Hélder Amaral considerou que o estado da Rua Direita é o “espelho da governação” do atual presidente, Fernando Ruas (PSD): “Está tudo quase fechado, sem vida, sem energia”.

“Quando as cidades abandonam o seu centro histórico, abandonam a sua história, a sua identidade e ele é ocupado por quem? Por aqueles que nós queremos excluir: tráfico de droga e pequenos guetos de imigração”, lamentou.

O candidato do CDS-PP defendeu também que, à semelhança do que aconteceu nos mandatos de Almeida Henriques (PSD), devem ser criados eventos que levem vida ao centro histórico, como os Jardins Efémeros (que se realizavam no verão), que deveriam ir mais além e passar a chamar-se Jardins Eternos, tendo início em março.

Na estratégia de dinamização desta zona da cidade também o Mercado 2 de Maio tem uma importância vital, sublinhou, acrescentando que devem ser criados eventos, como os que já aconteceram relacionados com o vinho do Dão, e motivos de interesse que levem as pessoas “a passar por lá três vezes ao dia”.

Para que o centro histórico tenha mais atividade, Hélder Amaral pretende ainda que os espaços vazios sejam entregues “a pequenos grupos de teatro da cidade e a pequenas bandas”.

A Câmara de Viseu é liderada por Fernando Ruas, que foi presidente durante 24 anos (entre 1989 e 2013) e regressou nas últimas eleições autárquicas.

Além de Hélder Amaral, são candidatos à presidência da Câmara de Viseu, nas eleições autárquicas de dia 12, Fernando Ruas (PSD), João Azevedo (PS), Leonel Ferreira (CDU), Bernardo Pessanha (Chega), Hélio Marta (IL) e Paulo Quintão (ADN).

Em 2021, Fernando Ruas obteve 46,68% dos votos, que se traduziram em cinco mandatos, menos um do que em 2017. O PS, com uma lista encabeçada por João Azevedo, obteve 38,26% dos votos, ficando com quatro mandatos. O Chega foi o terceiro partido mais votado (2,95%), seguido da IL (2,20%), do CDS-PP (2,02%), do BE (2,01%), do PAN (1,26%) e da CDU (1,17%).