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Rota do Cabeço
As pedras preciosas do Caramulo
A Serra do Caramulo emerge na Regia?o Centro do País, delimitada a norte pelo Vouga e a sul pelo Mondego, abrangendo uma vasta áre da Cordilheira Central. A encosta ocidental, onde se desenvolve a Rota dos Cabeços, alonga-se suavemente, quase em escada, até à plataforma litoral da zona de Aveiro, contrastando assim com a vertente oriental da serra, marcada por um corte abrupto e escarpado que forma um autêntico muro que separa a Beira Litoral da Beira Alta. O dorso da serra é caracterizado e reconhecido pelos seus numerosos e curiosos cabeços graníticos, o foco central deste trilho, e na vertente ocidental, onde se encontram as aldeias serranas de Varzielas e Bezerreira, tornam-se mais evidentes os xistos do Complexo Xisto-Grauváquico, notórios nas paredes das casas de Varzielas. A natureza do relevo, mais suave, permite um maior desenvolvimento dos cursos de água, acompanhando este percurso a carga da Ribeira, entre Bezerreira e Varzielas, num espetacular trilho ribeirinho repleto de segredos a descobrir.
Cabeços
Qualquer dicionário nos dirá que um cabeço é um cume arredondado de um monte ou um pequeno monte arredondado. Mas na Serra do Caramulo, um cabeço tem mais que se lhe diga ale?m das geometrias e das formas. Há muito que as gentes da serra vêem algo mais nestas pedras, figuras antropomórficas e zoomórficas esculpidas pelo tempo, pelos ventos e pela água nos seus distintos estados. Diz-se que, entre muitos mistérios, guardam segredos de pastores e de agricultores, de lendas e de tradições.
Descrição do Percurso
De Varzielas, o percurso parte rumo ao Alto das Pinoucas (1062ml, o ponto mais alto do concelho de Oliveira de Frades). Mas antes, visita a Igreja de S. Pedro e percorre as pitorescas ruas da aldeia, afastando-se depois por entre os seus campos de cultivo, que passo a passo vão dando lugar a bosques dominados por carvalhos, em alguns momentos intercalados com manchas de pinheiro-bravo. À medida que se sobe a encosta a vegetação arbórea dá lugar a uma vegetação arbustiva, típica destes solos graníticos e onde predomina o tojo, a giesta e a queiró, que nos meses primaveris formam uma multicolor e vibrante paisagem natural. No dorso da serra encontram-se os primeiros grandes cabeços como o da Feiticeira ou o do Zimbro, já no percurso descendente rumo a Bezerreira, aldeia onde sobressaem os lameiros que a bordejam, famosos por estarem sempre bem cuidados, verdes e viciosos, formando com os seus longos muros de granito uma rara e antiga paisagem agro pastoril Antes de descer até à carga da Ribeira, visita o Cabeço Furado (ou Cabeço da Peste), a norte da aldeia, e permite um desvio até ao célebre Cabeço que Abana. Já nas proximidades de Varzielas, passa a acompanhar o leito do rio Águeda, sob a sua densa galeria ripícola, até ao Cabeço da Solheira. O troço final, de regresso a Varzielas, faz-se por caminhos florestais.
Rota do Gaia
Quatro Estações, Quatro Rios
Escondido por um frondoso e multicolor bosque ribeirinho, o curso do rio Gaia, que o percurso acompanha ao longo de cerca de 3km, transforma-se numa autêntica viagem de exploração por um mundo natural cada vez mais raro. No bosque que o envolve encontram-se algumas das mais preciosas espécies arbóreas do País; carvalhos, castanheiros, sobreiros ou loureiros. Já no leito do rio, amieiros, salgueiros e freixos formam uma densa galeria ripícola, criando em alguns setores túneis naturais de notável beleza, onde se fazem ouvir algumas das muitas espécies de aves que patrulham incansavelmente o curso de água e as suas margens como o guarda-rios, o rouxinol, o chapim ou o melro. Trata-se de uma paisagem especialmente sazonal, transformando-se por completo em cada estação do ano. A única coisa que não muda são as construções deixadas pelo Homem, de tempos idos em que o aproveitamento do rio era essencial à sobrevivência das comunidades que se instalaram nas suas encostas.
Rio Gaia
É um curso de água com um carácter vincadamente sazonal, transformando-se conforme os níveis de pluviosidade das estações. No outono, múltiplas espécies de fungos brotam dos solos coloridos pelos laranjas, amarelos e castanhos das folhas caídas. No inverno, o caudal das águas extravasa os limites do seu leito, correndo selvagem. Na primavera, tudo se regenera e as primeiras flores do ano surgem. E no verão, com as águas mais paradas, saltam à vista as imensas marmitas de gigante e pequenas lagoas do seu leito.
Descrição do Percurso
É a sul de Vila Chã que damos início à caminhada, passando pela curiosa formação rochosa conhecida por Gruta dos Mouros. Uma passagem que marca o abandono da civilização e o início da jornada pelo mundo natural dos vales, ribeiras e florestas. Em descida, o trilho segue por entre os lameiros da encosta da margem direita da ribª da Lavandeira, mantendo-a no seu encalço quase até à sua foz, afastando-se somente alguns metros para atingir o fundo do vale e atravessar o leito do rio Gaia, em troço coincidente com o do PR2 – Percurso do Gaia. Reencontra a ribª da Lavandeira sob a forma de cascata, precipitando-se de um penhasco para mergulhar nas águas do Gaia, que o trilho acompanhará rumo a norte. Ao longo dos seus meandros, passa por ruínas de moinhos e levadas, numa paisagem em constante mutação, conforme as estações do ano. São muitos os poços, as marmitas de gigante e as pequenas quedas de água ao longo deste troço que culmina na foz do Gaia no rio Vouga. Percorre a aldeia de Farnel e passa a acompanhar o curso da ribeira dos Tombos, cheia de grandes desníveis que criam espetaculares quedas de água, em especial a da Pena Quebrada, antes da reta final do percurso rumo às povoações de Porcelhe, Santa Cruz e Vila Chã.
Fonte: VisitViseuDãoLafões