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Cor, arte de rua e muita cultura, tudo isto, não faltará este fim de semana (10 e 11 de setembro), nas ruas da vila de Cinfães. Este festival une a história com a tradição, com o objetivo de não ficarem esquecidas.
É no Largo 25 de Abril, no Largo da Fonte dos Amores e no Jardim Serpa Pinto, que as treze estátuas vivas vão transformar aqueles espaços numa espécie de galeria de arte ao ar livre. E Serpa Pinto será uma das figuras homenageadas.
O Jornal do Centro esteve à conversa com Cátia Ferreira e Vítor Hugo Almeida, naturais de Vila Nova de Gaia e campeões do mundo de Estátuas Vivas.
Atualmente, vivem em Cinfães e foram os principais convidados para organizar esta iniciativa.
Foi com o trabalho “O Beijo – The Kiss”, inspirado na escultura de Auguste Rodin, que o casal português conquistou o júri em Arnhem, na Holanda.
Como é hábito e regra dos campeonatos mundiais, o casal que agora vive em Cinfães, teve de permanecer quatro horas em personagem neste festival da Holanda. O desafio é posto à prova. Dificuldade como a irregularidade do clima, a duração da personagem, mas acima de tudo, os comentários inesperados do público.
“O nosso “O beijo” desperta muita curiosidade pela imobilidade total numa postura “mais desconfortável”, e isso, cria muita curiosidade. Como nunca nos movemos, as pessoas esquecem-se que as ouvimos, e por vezes surgem comentários muito engraçados que exigem uma concentração ainda maior para não desatarmos a rir”, conta Cátia Ferreira.
Além de partilharem a vida a dois, passam pelos cantos do mundo para fazerem aquilo que mais gostam: caracterizarem personagens em estátua viva.
Cátia Ferreira, Nutricionista, Especialista em Medicina Chinesa e Instrutora de Yoga, deu os primeiros passos nesta arte da quietude com apenas 19 anos de idade, no Festival de Estátuas Vivas de Espinho. Encantou-se com esta forma de expressão artística e no ano seguinte, começou por ganhar os primeiros prémios, e até hoje, nunca mais parou. “Quando conheci o Hugo, ele já se aventurava pelo mundo dos malabares e rapidamente abraçou o desafio de criar e atuar comigo. Desde então, que trabalhamos maioritariamente com criações em dupla”, destaca Cátia.
De festival em festival, impressionam quem lá passa, sendo a preparação a palavra-chave do sucesso.
“Conceção, criação de figurinos, estruturas e cenários, tratamento plástico para efeito de estátua, performance e trabalho intenso de controlo corporal e mental”, são os pequenos pormenores, que para Cátia e Vítor Hugo fazem toda a diferença. A criação de um bom figurino e um cenário mais acessível pode demorar no mínimo 2 a 3 semanas.
No caso de Cátia Ferreira são 15 anos de experiência em estátuas vivas, já Vítor Hugo conta com 11 anos e ao lado de quem o desafiou. “Estes anos de participações significam competições, uma vez que em muitos destes festivais existe atribuição de prémios. No nosso caso desde que trabalhamos juntos são muitos os prémios já arrecadados.
Felizmente, todas as nossas criações anuais desde 2012 têm recebido prémios de público, júri e menções honrosas em festivais nacionais e internacionais”, salientam.
Apesar do desafio constante, para o casal português, é “muito gratificante quando se consegue surpreender o público”.
De Portugal para o mundo, vários são os apaixonados que seguem esta arte. E é também Carlos Ferreira, natural de Castelo de Paiva, que será uma das trezes estátuas vivas do primeiro Festival em Cinfães. Para Carlos, tudo pode ser transformado em estátua, “no entanto, nem tudo dá boas estátuas”, enfatiza.
Foi em 2007 que tudo começou, pois suscitou a curiosidade, e hoje em dia pode-se dizer que é um dos seus hobbies. “A paixão surge no momento que sinto a minha forma artística a ser valorizada”, enaltece.
Questionado por histórias únicas enquanto personagem estática, Carlos Ferreira refere que “um casal, sem se aperceber que era uma estátua viva, encostou-se a namorar”. Além dessa, enquanto caraterizava uma personagem de militar, Carlos conta que “um senhor se ajoelhou” e fez umas rezas, bem como agradeceu a homenagem feita aos Homens que foram para Ultramar.
De norte a sul do país, vários são os artistas que se juntam este fim de semana para mostrarem aquilo que valem.
A Orgânica.Mente é a Associação fundada pelo casal Cátia e Vítor Hugo, que visa “servir a todos, desenvolvendo um conceito de vida saudável, holística e integrativa em plena comunhão coma Natureza”. Em colaboração com a Câmara Municipal de Cinfães, o casal dá a conhecer aos Cinfanenses “os melhores artistas da quietude em Portugal”.
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