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Um cinturão de bombas e dois desgostos

 Um cinturão de bombas e dois desgostos - Jornal do Centro
08.01.22
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Manuel António Pina (MAP) nasceu em Novembro de 1943 e morreu em Outubro de 2012. Foi um bom jornalista, um cronista admirável e um poeta de eleição. Gostava de gatos. E de gatas, evidentemente.
Depois de ter recebido o Prémio Camões em 2011 — merecidíssimo deva-se dizer —, MAP foi muito homenageado e, claro, teve que falar de si em muito lado. Uma dessas vezes foi ao jornal I., numa entrevista em que se saiu com a seguinte frase explosiva: “A vontade que tenho era pôr um cinturão de bombas e rebentar com essa malta toda”.
Esta entrevista é excepcional, tanto nas perguntas, a cargo de Nuno Ramos de Almeida, como nas respostas inesperadas, livres, desconcertantes. Li-a na altura da sua publicação, quando quem mandava no país eram os credores, era a troika — daí aquela ironia “jiadista” do poeta.
Agora, na preparação deste Olho de Gato, tive alguma dificuldade em achar esta entrevista porque já não está no arquivo do jornal. O costume. A informação na internet é muito volátil — lembremo-nos do que acaba de acontecer ao Expresso.
MAP, durante a conversa, ocorrida oito meses antes da sua morte, contou várias e deliciosas histórias, incluindo algumas com políticos, criaturas que ele descreve como “umas putas velhas”.
Transcrevo para aqui um episódio do tempo dele da tropa, ainda durante o salazarismo: “Na guerra estávamos na Acção Psicológica. Éramos dez tipos e eram quase todos do piorio, só havia três tipos que não eram fachos. Nós dez contestámos uma prova física que contava para a classificação e combinámos chegar todos ao mesmo tempo. Então fizemos a corrida em passo de cruzeiro, e 100 metros antes da meta o ****** arranca a grande velocidade e rompe o acordo, o filho da puta, para ver se ganhava uns pontos extra. O azar dele é que arrancou a 100 metros e nós éramos todos mais ágeis que ele, está a ver a figura dele?, e ultrapassámo-lo todos e ele ficou em último lugar.
Quer saber quem é o ******? Posso dizer-lhe que é um dos políticos que mais eleições ganhou em Portugal. Ainda se acha esta entrevista em alguns blogues. Vou também publicá-la hoje no blogue Olho de Gato.

Primeiro desgosto
O sorteio de juízes do Tribunal Central de Instrução Criminal, o célebre Ticão, funciona pior que uma raspadinha num quiosque de bairro. Aquilo é uma tristeza.
Quando julgávamos que a nossa justiça já tinha batido mesmo no fundo, aparece sempre alguém a mostrar que estávamos enganados, aparece sempre alguém a escavar aquele buraco ainda mais para baixo.

Segundo desgosto
Para que esta crise política estúpida e escusada não fosse um completo tempo perdido, os partidos podiam apresentar propostas eleitorais capazes de inverter a decadência demográfica, social e económica em que caiu o país. Mas já se percebeu que vai ficar tudo na mesma, a bazuca vai ser estraçalhada, o pântano vai continuar.
O país está a perder posições em todos os rankings. Em 2009, o nosso PIB per capita, expresso em paridades de poder de compra, era 83,1% da média europeia, agora é de 76,4%. Os países do leste que aderiram à UE em 2004, 2007 e 2013, ou já nos ultrapassaram ou preparam-se para o fazer.
Em Portugal, só os boys e os rentistas é que se safam, especialmente se estiverem perto do poder em Lisboa.
Os líderes partidários e os jornalistas e os opinadores e os académicos, naqueles debates nas televisões, naqueles debates sobre os debates nas televisões, estão mesmo a falar de quê?

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