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Joaquim Alexandre Rodrigues
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1. João Azevedo, o cabeça-de-lista do PS por Viseu nas últimas legislativas, já actualizou o outdoor que fica no lado sul da Rotunda Paulo VI daquela cidade. Agora tem lá um enorme “Obrigado Viseu” pela votação recebida. Que é como quem diz: «cá-estou-eu-pronto-prás-próximas-autárquicas».
No lado norte da mesma rotunda, uma pancarta do Chega ainda pede o voto para o dia 30, enquanto uma outra do CDS é um palimpsesto raspado que esteve à espera de um dizer qualquer do Chicão durante toda a campanha eleitoral, um dizer que nunca chegou.
Aqueles dois cartazes lado-a-lado são o retrato perfeito do estado da direita — os novos partidos ainda mexem alguma coisa, os velhos já não.
2. A contagem dos votos dos nossos emigrantes foi, mais uma vez, uma falta de respeito. Como a legislação sobre a votação postal está mal feita e dá problemas em todas as eleições, o PS e o PSD, em vez de a terem melhorado em tempo útil, combinaram uns remendos nas vésperas da contagem. A coisa era tão manhosa que o PSD acabou por roer a corda.
Resultado: no círculo eleitoral da Europa foram anulados 157 205 votos (80,32%), no círculo Fora da Europa foram anulados 1907 votos (2,95%).
Se António Costa dependesse dos deputados pela emigração para obter a maioria absoluta, estávamos agora perante um enormíssimo sarilho.
3. O chumbo do orçamento aconteceu a 27 de Outubro. Vamos ter um novo governo a 23 de Fevereiro. Quatro meses depois. Parece uma corrida entre um caracol e uma tartaruga.
E, já se sabe, quanto mais tempo se dá a governantes que estão de saída mais negociatas de vigésima quinta hora. Tudo o que for mais de um mês de vazio de poder é moléstia.
Como agora só vamos ter eleições em 2024, era bom que os partidos aproveitassem os dois primeiros anos desta legislatura para fazerem uma nova lei eleitoral com prazos e procedimentos do século XXI.
4. Não há nada melhor para o sossego dos governos do que uma opinião pública entretida com gambozinos.
Há uns bons anos, Tony Blair, posto perante a necessidade de ter de passar uma reforma complexa da administração pública, decidiu abrir ao mesmo tempo o debate público sobre a proibição da caça à raposa. Sem surpresa, os media agarraram-se a este segundo osso e quase nem referiram o primeiro.
Há uns bons anos, José Sócrates arranjou um assunto que monopolizou as atenções durante mais de dois anos: a avaliação dos professores. O povão ficou muito feliz com aquela malapata que estava a acontecer aos profs. O poderoso Emídio Rangel chamou-os hooligans. O fatal José Miguel Júdice, sempre sempre ao lado do poder de turno, elaborou nas televisões pesada e gravemente sobre a transcendência daquele assunto para o futuro da pátria. Tudo isto enquanto, ataviado nos seus fatos comprados na “House of Bijan”, em Beverly Hills, José Sócrates lá ia tratando das coisas com Ricardo Salgado e o seu amigo Carlos Santos Silva.
Mas isso são histórias de “há uns bons anos”. Agora, os governos já não precisam de fabricar gambozinos para distrair o maralhal. Os identitários de esquerda e de direita encarregam-se do fornecimento desse lixo. E, a seguir, a luta pelas audiências nos media e a fome de likes nas redes sociais fazem o resto.
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Raquel Costa, presidente da JSD Concelhia de Tarouca
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