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Três “cúmices do ápice” em Viseu

 Três “cúmices do ápice” em Viseu - Jornal do Centro
28.06.25
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 Três “cúmices do ápice” em Viseu - Jornal do Centro

Neurolinguística

Quando ele me disse
ó linda
pareces uma rainha,
fui ao cúmice do ápice
mas segurei meu desmaio.
Aos sessenta anos de idade,
vinte de casta viuvez,
quero estar bem acordada,
caso ele fale outra vez.
Adélia Prado

Passou o solstício. O cheiro das tílias já quase não se sente. As cavalhadas encheram as ruas de Viseu, alegraram o povo e já regressaram a Teivas e a Vildemoinhos. Está a acabar o primeiro semestre de 2025. 
Na primeira metade do ano, a vida cultural de Viseu foi por três vezes “ao cúmice do ápice”. Por três vezes, criadores viseenses fizeram da sua cidade “uma rainha” e esta, depois dos anos “de casta viuvez” da pandemia, está agora “bem acordada” para o melhor que lhe oferecem. Lembremos esses três “cúmices”:

“Percursos Alternativos, Ecos de Garagem: o rock em Viseu nos anos 80 e 90”, de Rui Mota Pinto 
A antestreia deste documentário aconteceu nos dias 28 e 29 de Março, no Carmo’81.
A partir de um bom acervo de som e imagem com o grão daqueles tempos analógicos, dos depoimentos dos protagonistas e do cruzamento das suas recordações, Rui Mota Pinto faz, com este “Percursos Alternativos”, um retrato muito completo e exaustivo do underground musical viseense.
Foram uns anos magníficos aqueles em que, nas garagens e nos palcos, se desmultiplicavam projectos e se descobriam destinos enquanto, ao mesmo tempo, nas várias rádios-piratas da cidade se contavam essas histórias e outras. 
“Percursos Alternativos” é “O” documento que regista para todo o sempre um tempo em que éramos felizes e sabíamos. Requere-se que este formidável documento faça caminho, chegue a todo o lado, seja mostrado o mais possível.

“Carmo”, concerto de e por José Pedro Pinto
Este segundo “cúmice do ápice” aconteceu no Museu Grão Vasco, a 30 de Março e repetição a 6 de Abril, na sala onde existe um órgão de tubos feito, na década de 1780, pelo organeiro Joaquim António Peres Fontanes, um instrumento magnífico que é Tesouro Nacional.
José Pedro Pinto tocou guitarra clássica e órgão e foi acompanhado por acordeão, flautas e voz. No caso da voz, a extraordinária, clara e perfeita voz de Teresa Queirós leu textos históricos (fundacionais, diria eu) com um fundo musical. Isto é, a música de José Pedro Pinto passa para uma espécie de segundo plano planante para que sobressaiam as palavras de “O Código de Hamurabi” — 1755-1750 AC, do “Discurso do Deputado Ayres de Gouveia, da Câmara dos Deputados, sobre o orçamento do Ministério da Justiça” — Lisboa, 3 de Junho de 1863, do “Protocolo de Wannsee” — Berlim, 20 de Janeiro de 1942, do “Tratado sobre os Princípios que Regem e Utilizam o Espaço Exterior, incluindo a Lua e Outros Corpos Celestiais” — Londres, Moscovo e Washington, 27 de Janeiro de 1967, “Promulgação da Lei nº 4.225/2024, Institui os Direitos das Ondas da Foz do Rio Doce, no Município de Linhares” — Linhares, 8 de Agosto de 2024 e “Do ‘M.S.’/Cargo” — 22 de Outubro de 2024.
Entre cada uma destas leituras, um trecho musical onde se detectam influências de minimal repetitivo e música sacra. Resta dizer que o audio deste espectáculo foi gravado e brevemente haverá álbuns à venda.  

“Corpo ao Cubo”, performance de Lucas F. Oliveira
O terceiro “cúmice do ápice” cultural do ano, na mui nobre e bela cidade de Viseu, foi um trabalho escolar de final de curso de Lucas F. Oliveira. Inesperado. Um 

“tpc”. Um “tpc” genial.Durante nove meses, perdão!, durante nove horas, Lucas adentrou-se numa placenta de licra agarrada a um cubo de ferro e desumbilicou-se do mundo — nem comida, nem bebida, nem palavra. Esta performance, desafiadora dos limites físicos e psicológicos, optou pelo silêncio. Um contraste e um refrigério nestes tempos de verborreia e logomaquia, nestes tempos infestados de “artistas / activistas” sempre prontos para darem lições de moral ao excelentíssimo público. Saúdo o Lucas que, no dia 2 de Junho de 2025, a dias de fazer 18 anos, na entrada do Liceu de Viseu (era assim que se chamavam estas escolas antes de lhes terem aposto as actuais designações burocráticas), foi uma pedrada no charco no panorama cultural da cidade e do país. 
A muito boa entrevista que lhe fez Carlos Eduardo Esteves, na Rádio Jornal do Centro, quer pela qualidade das perguntas, quer pela maturidade e elaboração das respostas, ficará como registo deste “Corpo ao Cubo”, deste “cúmice do ápice”. E, perante o potencial do performer, adivinham-se e desejam-se outros iguais no futuro.

 Três “cúmices do ápice” em Viseu - Jornal do Centro

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 Três “cúmices do ápice” em Viseu - Jornal do Centro

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